O mundo não gira, ele capota

Com quase dois meses de quarentena, o Brasil já passou por inúmeras mudanças

Esta semana completam-se mais de um mês e meio de quarentena no Brasil. Não é muito quando se olha para trás, mas nós que passamos cada dia longo sabemos o quanto foi difícil chegar até aqui.

No início, um clima apocalíptico, famílias se abraçando de medo e paranoia. Tive uma amiga que conseguiu desgrudar a tela do celular de tanto passar álcool em gel, e outra que limpava a casa três vezes ao dia com água sanitária sem nem sair para a rua. No início, não sabíamos de nada, tudo nos assustava, e pensávamos: é o fim!



Mas... como tudo no início é mais intenso, os dias foram passando e nós aprendemos a conviver com o monstro. Já não é mais tão insuportável usar máscaras por um longo período (obviamente ainda incomoda muito), o medo não é tão intenso e outros já dizem que a doença nem existe, que é tudo marketing da China ou de um plano de destruição do mundo e brado de "morte aos pobres!".



No estágio qual deveria ser de aceitação, alguns negam veemente e pulam para as teorias da conspiração. Outros brigam por política, desperdiçando o tempo que lhes resta em briga de ego e vaidade - e o pior - usando a pandemia como argumento. Honestamente, não entendo.



Mas o que entendo, na sétima semana e meia de quarentena, é que o futuro da humanidade é realmente incerto. A maioria dos planos que fiz para esse ano foram cancelados. Estou sem aula, sem previsão de quando minhas aulas voltam, e nem sei se vou me formar na data que imaginava. Achei que tinha controle sobre a minha vida, mas tudo mudou.

E mudou muito, muito rápido. Economia incerta, muito desemprego, mania de lives - ótima mania, que arrecada muitos alimentos por sinal - reuniões por hangout, zoom, entre outros. Professores tendo que aprender a fazer vídeo aulas - se virando com o que tem em casa - todo mundo de máscara na rua. Ah, as máscaras: de todo tipo, masculino, feminino, rosa, colorida, de meia, de lenço, de TNT, criatividade é o que não faltou. Porque a verdade é que o ser humano sempre se reinventa, se vira, dá um jeitinho.


Nós, humanos, somos muito iludidos. Temos uma falsa percepção da realidade, achando que a vida nos pertence e que dela temos total controle. Olha... não é verdade. E tudo bem, não precisa ser assim. Não precisamos ter controle sobre tudo - e ainda bem, porque se com o pouco de controle que temos, a maioria surta e se estressa, imagina se Deus nos desse ainda mais responsabilidade?



Tudo vai mudar. Aliás, já mudou. Não sabemos quanto tempo isso vai durar. Contudo, isso não precisa ser o fim. Tenha calma. Se está fora do seu controle, aceite o que não pode mudar. Siga sua rotina, sua nova rotina, devagar. Não se cobre tanto.

Reivente-se. Tira aquele sonho do papel. Faz aquilo que você quer há muito tempo, mas nunca tem tempo de fazer. Mas, principalmente, dedique seu tempo para aquilo que realmente é importante.


Eu recebi um conselho desses no início da quarentena. Não foi fácil me adaptar as mudanças, mas eu consegui! Tirei um lindo projeto do papel, Brilhe Já, meu amado projeto que tinha há 05 anos, mas sempre ia adiando. Se quiser conhecê-lo, só clicar no link acima ou aqui.

Viva leve e realize-se. Não é porque as coisas mudaram, que a felicidade não existe mais. Faça a sua!