Eduardo Bolsonaro visita senadores em busca de votos para assumir embaixada nos EUA

Filho de Jair Bolsonaro será indicado para o cargo, e caberá ao Senado aprovar indicação. Mais cedo, disse que 'diplomacia sem armas é como música sem [...]

Eduardo Bolsonaro visita senadores em busca de votos para assumir embaixada nos EUA

Filho de Jair Bolsonaro será indicado para o cargo, e caberá ao Senado aprovar indicação. Mais cedo, disse que 'diplomacia sem armas é como música sem instrumentos'. O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente Jair Bolsonaro

Paola de Orte/Agência Brasil

O deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-RJ) foi ao Senado nesta quarta-feira (14) buscar o apoio de parlamentares para assumir a Embaixada do Brasil nos Estados Unidos.

Filho do presidente Jair Bolsonaro, Eduardo será indicado pelo pai para o cargo, o principal posto diplomático do Brasil no exterior.

E, conforme a Constituição, cabe ao Senado sabatinar e aprovar indicados para a chefia de missões diplomáticas.

Em julho, o Brasil consultou os Estados Unidos sobre o nome de Eduardo, o governo de Donald Trump já formalizou o aval. Agora, cabe ao governo publicar a indicação no "Diário Oficial" para oficializá-la.

Nesta quarta, o deputado federal visitou o gabinete do irmão, o senador Flávio Bolsonaro (PSLRJ), que, ao lado de outros governistas, tem tentado formar maioria a favor da indicação.

Após o encontro, Flávio Bolsonaro disse que Eduardo trabalha para esclarecer aos parlamentares a importância da indicação.

"Enquanto isso [a indicação] não acontece, o Eduardo está fazendo um trabalho, com toda humildade, de buscar todos os senadores, inclusive alguns que podem estar em dúvida, ou até que já tenham se posicionado de uma forma contrária, para explicar que é muito importante para o Brasil que uma pessoa com o perfil dele esteja na Embaixada do Brasil nos Estados Unidos", disse o senador.

"[Eduardo] vai se apresentar, mostrar suas qualificações, que são muitas, e as vantagens de ter uma pessoa totalmente ligada ao presidente", acrescentou.

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Desde que Bolsonaro anunciou a decisão de indicar o filho para a embaixada, diplomatas, políticos e integrantes do meio jurídico têm criticado a escolha.

Parte das críticas tem origem no fato de o deputado não ser diplomata de carreira. Outro motivo de resistência é o grau de parentesco de Eduardo com o presidente, o que tem gerado acusações de nepotismo.

Mas também há senadores que defendem a indicação. Aliados do presidente da República têm dito que o deputado é preparado para a função, uma vez que preside a Comissão de Relações Exteriores da Câmara, fala inglês e tem uma suposta afinidade com Donald Trump.

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Nepotismo

Mais cedo, nesta quarta, uma comissão da Câmara aprovou um projeto para barrar a indicação de parente para chefia de missão diplomática.

O texto ainda teria de passar pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, antes de seguir para o plenário da Casa. O presidente Rodrigo Maia (DEM-RJ), contudo, disse que não pautará a proposta antes da sabatina de Eduardo Bolsonaro no Senado.

Questionado sobre esse projeto aprovado pela Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público, Flávio Bolsonaro disse que a movimentação é "mais uma prova de que não existe nepotismo" no caso de Eduardo.

"Em primeiro lugar eu agradeço pelo projeto", ironizou o senador. "Se querem mudar a lei para tentar enquadrar o caso específico do Eduardo, é óbvio que, então, não há nepotismo", afirmou Flávio.

"Sempre que se apresenta um projeto de lei por um casuísmo, por algum interesse próprio, é sempre muito ruim [...]. Para legislar, você tem que pensar no povo e não em si próprio", disse.

"Diplomacia e Defesa são faces da mesma moeda", diz Eduardo Bolsonaro

Diplomacia e armas

Mais cedo, esta quarta, Eduardo Bolsonaro afirmou que "diplomacia sem armas é como música sem instrumentos".

"Diplomacia e defesa são faces da mesma moeda. Instrumentos de exercício da soberania nacional e da garantia da autonomia em nosso relacionamento externo. Não por acaso, essa Casa resolveu unir os temas afetos à diplomacia e à defesa em uma única comissão, a qual tenho orgulho de presidir. O próprio Frederico II [antigo rei da Prússia] conhecido como o Grande, disse, certa vez: "Diplomacia sem armas é como música sem instrumentos"", declarou o possível indicado.

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