Por que escovar os dentes é bom para o seu cérebro e quantas vezes ao dia?

Por que escovar os dentes é bom para o seu cérebro e quantas vezes ao dia?

De fato, há novas evidências de que as bactérias da boca podem chegar a outros lugares do corpo e causar problemas. Inclusive em nosso cérebro!

Em geral, cada pessoa tem entre 100 e 200 espécies de bactérias orais das 700 espécies identificadas.

Quando perguntamos a uma pessoa quantas bactérias ela acha que existem por mililitro de saliva, ela geralmente subestima a resposta correta: temos cerca de 100 milhões de bactérias por mililitro de saliva.

Essas bactérias vivem nos dentes, na língua, gengivas e outras superfícies orais.

Ali, elas formam comunidades estruturadas, como a placa dentária e o revestimento de língua branca.

Mas calma!

Em geral, esses microrganismos serão nossos amigos enquanto cuidarmos deles.

Em primeiro lugar, eles nos protegem contra patógenos (organismos que podem causar doenças) externos.

Foto Pixabay

Efeitos positivos

Quando uma nova bactéria entra na boca, é muito difícil ela sobreviver porque existe um exército de bactérias que habita aquele espaço.

Além disso, bactérias orais benéficas convertem nitrato de frutas e verduras em nitrito.

Isso pode ter efeitos positivos no corpo, como redução da pressão arterial e efeitos antidiabéticos.

Normalmente, nossas próprias bactérias não são patogênicas, mas podem causar doenças bucais em pessoas saudáveis ??por conta de hábitos pouco saudáveis.

Uma dieta não saudável ou falta de higiene bucal podem causar um desequilíbrio: alguns tipos de bactérias aumentam em número e outros, diminuem.

Isso é chamado de "disbiose".

Por exemplo, se consumimos açúcar, as bactérias localizadas na placa dental que ingerem açúcar aumentam em número.

Estas convertem o açúcar em ácidos orgânicos. Algumas produtoras de ácido são muito resistentes, enquanto as mais sensíveis morrem.

Se consumimos muito açúcar, as bactérias que comem açúcar e produzem ácido aumentam tanto na placa dental que a acidificação danifica o esmalte. Com o tempo, isso pode produzir cáries.

A placa, inimiga do corpo

Outro exemplo mais relevante para doenças sistêmicas são as doenças periodontais.

Devido à falta de uma higiene bucal adequada, a placa dental se acumula.

Então, nosso corpo reage com a inflamação das gengivas, o que inclui um aumento nos componentes antibacterianos e células do sistema imunológico para reduzir o número de bactérias.

Se não tratarmos essa inflamação, as bactérias mais resistentes à resposta inflamatória podem aumentar em número, enquanto as mais sensíveis morrem.

Além disso, devido à inflamação, são produzidas mais proteínas que provêm de um soro gengival semelhante ao sangue, que sai do sulco gengival.

Elas se transformam em alimento para algumas bactérias, estimulam seu acúmulo e, assim, criam um círculo vicioso.

Se a inflamação inicial, que chamamos de gengivite e geralmente é reversível não for tratada, uma inflamação crônica e destrutiva pode se desenvolver: a periodontite.

A periodontite causa a perda de tecido humano e a formação de bolsas periodontais cheias de bactérias ao redor dos dentes.

Duas vezes ao dia

A American Dental Association recomenda escovar os dentes duas vezes por dia com creme dental com flúor (1.000 – 1.500 ppm), limpar diariamente os dentes e visitar o dentista regularmente.

As doenças bucais não devem ser deixadas sem tratamento.

Nesse sentido, nos Estados americanos em que os tratamentos bucais são reembolsados, os seguros gastam menos dinheiro com diabetes, derrames e ataques cardíacos.

Lembre-se de que outros fatores, como tabagismo (e também cigarros eletrônicos) e a suscetibilidade genética, aumentam o risco de desenvolver doenças bucais e sistêmicas.

Ainda assim, uma boa higiene bucal é a chave para prevenir doenças orais.

Além de mostrar um sorriso melhor, é importante manter uma boa saúde em todo o corpo.

Leia o artigo completo da BBC AQUI

*Os autores deste artigo são Bob T. Rosier, estudante de pós-doutorado da Fisabio, e Alejandro Mira Obrador, pesquisador sênior da Fisabio.

Este artigo foi publicado originalmente na The Conversation.Você pode lê-lo aqui.