Doria diz que Datena "não é médico" em discussão ao vivo sobre Coronavac

Doria diz que Datena

"Nem o senhor é médico", respondeu o jornalista. "Quantas pessoas morreram hoje em São Paulo? São 111 pessoas que morreram em São Paulo [em 24 horas]. É quase a metade da França inteira, quase que o total da Espanha inteira, e lá os caras estão fechando tudo e aqui a gente está em fase amarela", retrucou Datena, criticando o plano de reabertura do governo estadual.

Na verdade, morreram 147 pessoas na França e 156 na Espanha nesta quarta (21), segundo a universidade Johns Hopkins. São Paulo tem regiões na fase amarela do plano de reabertura gradual e outras regiões na fase verde, como a capital.

A entrevista começou com o apresentador questionando Doria sobre a afirmação do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de que não compraria a Coronavac mesmo se ela fosse autorizada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

A declaração foi dada à Jovem Pan. Bolsonaro alegou que existe um "descrédito muito grande" em relação à origem do imunizante e sugeriu que não aceitará ser vacinado contra a doença.

Doria reafirmou que considera a declaração do presidente criminosa. "Se [Bolsonaro] confirmar o que foi publicado hoje nos sites de notícia, de que mesmo com a aprovação da Anvisa ele vai negar o acesso à uma vacina que salva vidas de brasileiros, essa será uma atitude criminosa e ele poderá ser classificado como tal", disse.

"Como pode um presidente da República diante de uma pandemia dizer que não vai colocar a vacina à disposição da população porque ele não quer? É homicídio, é uma ação criminosa", seguiu Doria.

Segundo o governador, caso isso ocorra, ele pode recorrer ao STF (Supremo Tribunal Federal).

Datena também questionou o governador sobre o fato de o diretor-geral do Instituto Butantan, Dimas Covas, ter dito que a Anvisa está retardando a autorização para a importação da matéria-prima da farmacêutica Sinovac que possibilitará a fabricação da vacina chinesa no Brasil.

"Apesar da situação protelatória, nós aceitamos a manifestação da Anvisa de que no próximo dia 4 [de novembro] terá uma reunião para liberação da importação dos insumos. Não aplicaremos a vacina sem autorização, mas não faz sentido adiar", afirmou Doria, que disse ter saído "muito bem impressionado" de uma reunião nesta quarta-feira (14) com o diretor-presidente da Agência, o contra-almirante da Marinha Antonio Barra Torres.

Até agora, disse, "não temos razão para duvidar da isenção da Anvisa. Mas, se a Agência tiver comportamento protelatório para atender a pressões do presidente Boslonaro, eu denunciarei isso publicamente e agirei judicialmente. Espero que a Anvisa cumpra seu papel como tem cumprido até aqui."

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