Obama, Bush e Clinton se oferecem para tomar vacina contra Covid-19 e provar que ela é segura

Obama, Bush e Clinton se oferecem para tomar vacina contra Covid-19 e provar que ela é segura

Clinton, democrata que esteve na Presidência de 1993 a 2001, também disse estar disposto a ser imunizado publicamente para apoiar a campanha americana de vacinação.

"O presidente Clinton certamente tomará a vacina assim que ela estiver disponível para ele, baseado nas prioridades determinadas pelas autoridades de saúde pública", disse sua assessora de imprensa, Angel Urena. "E ele o fará em um ambiente público se isso ajudar a incentivar todos os americanos a fazerem o mesmo."

Obama, que governou os EUA de 2009 a 2017, falou sobre o tema durante uma entrevista à rádio SiriusXM e reforçou a confiança nos especialistas americanos, além de prometer tomar a vacina assim que ela for disponibilizada para grupos de menor risco.

"Em pessoas como Anthony Fauci, que eu conheço e com quem trabalhei, eu confio completamente. Então, se Anthony Fauci disser que a vacina é segura, eu com certeza vou tomá-la", disse o democrata.

"Eu posso acabar mostrando na TV ou filmando [a vacinação], apenas para que as pessoas saibam que eu confio na ciência. Eu não confio é em pegar Covid."

Durante a entrevista, o apresentador Joe Madison perguntou a Obama sobre a aceitação da vacina pelos afro-americanos, citando o "histórico de experimentos médicos" com os negros do país.

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Em um episódio internacionalmente reconhecido como um exemplo de má conduta científica, pesquisadores levaram cerca de 400 pessoas negras infectadas com sífilis a passar anos sem tratamento para que a doença pudesse ser mais bem analisada.

O caso, que aconteceu entre 1932 e 1972, ficou conhecido como "Experiência Tuskegee", em referência ao nome da cidade, no estado do Alabama, onde os experimentos foram conduzidos. Em 1997, o então presidente Bill Clinton pediu desculpas públicas aos sobreviventes em nome do governo americano.

"Eu entendo por quê, historicamente, com tudo que remonta aos experimentos de Tuskegee, a comunidade afro-americana possa ter algum ceticismo [em relação à vacina contra a Covid-19]", disse Obama, o primeiro presidente negro dos EUA.

"Mas o fato é que as vacinas são o motivo pelo qual nós não temos mais poliomielite, a razão pela qual não temos um monte de crianças morrendo de sarampo, varíola e de outras doenças que dizimavam populações e comunidades inteiras", acrescentou o ex-presidente.

Embora Trump tenha reiteradamente assumido a postura de negacionismo científico no enfrentamento à pandemia e minimizado a gravidade da Covid-19 mesmo quando ele próprio foi infectado, o atual presidente americano parece usar outra abordagem em relação às vacinas.

Donald Trump – Foto: Divulgação

Em agosto, em plena campanha eleitoral por sua reeleição, o republicano chegou a afirmar que os americanos teriam uma vacina antes do fim do ano, e seu governo considerou contornar padrões regulatórios para aprovar o imunizante produzido pela empresa AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford antes da votação marcada para 3 de novembro.

Derrotado nas urnas, Trump se recusou a admitir a vitória do democrata Joe Biden. Sua postura intransigente de falta de cooperação com a equipe de transição, segundo o presidente eleito, pode atrasar em semanas ou até meses a distribuição da vacina contra a Covid-19.

Apesar disso, o republicano tem tentado reivindicar para si a maior parte do crédito pela rapidez sem precedentes no processo de aprovação de um imunizante para os americanos, enquanto o país volta a bater recordes de casos e mortes e os principais especialistas alertam para um período sombrio nos próximos meses.

"A realidade é que dezembro, janeiro e fevereiro serão tempos difíceis. Eu realmente acredito que eles serão os mais difíceis na história da saúde pública desta nação", disse, nesta quarta (2), o diretor do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC), Robert Redfield.

Também nesta quarta, o país bateu o recorde de óbitos em um único dia, superando os piores números registrados desde o início da pandemia.

Foram ao menos 2.804 mortes em um período de 24 horas, de acordo com dados compilados pela Universidade Johns Hopkins. A marca anterior era de 2.607 óbitos registrados em 15 de abril.

No total, o país acumula 13,9 milhões de casos e mais de 273 mil mortes pelo coronavírus. Para Redfield, o número de óbitos pode subir para a faixa dos 450 mil já no primeiro trimestre de 2021.

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