Esse é o pior governo que o Brasil já teve", diz líder de greve dos caminhoneiros que largou a boleia após 27 anos

Esse é o pior governo que o Brasil já teve

 

Sem o ganha-pão depois de 27 anos passados na boleia e desgostoso com o aparelhamento da categoria pelo governo federal após a greve de 2018, o caminhoneiro, que foi uma das lideranças da mobilização que abalou a economia do país, decidiu mudar de ramo.

“Dos caminhões, só me sobraram os pneus. Foi o que eu vendi para abrir minha hamburgueria”, conta Dedeco, que agora é dono de uma lanchonete em Curitiba, no Paraná.

O ex-motorista, hoje com 46 anos, acredita que a greve chamada por parte da categoria para 1º de fevereiro não deve acontecer, já que boa parte dos caminhoneiros segue, na sua visão, “muito apaixonada ainda” pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

Conforme Dedeco, o anúncio da greve foi uma estratégia de parte dos caminhoneiros para reabrir o diálogo com o governo, que havia sido interrompido pela pandemia.

O fato de os motoristas de caminhão terem sido incluídos na última sexta-feira (22/01) entre as categorias prioritárias para vacinação contra a covid-19 e de o governo ter zerado o imposto de importação para pneus usados no transporte de cargas mostram que a pressão já surte efeito.

"O pior governo que o Brasil já teve"

Dedeco afirma que nunca foi eleitor de Bolsonaro, nem fez campanha para o atual presidente. Filiado ao Podemos, pelo qual concorreu a deputado federal nas eleições de 2018, diz ter votado no primeiro turno em Álvaro Dias, candidato à Presidência pelo partido naquele ano.

No segundo turno, os ex-motorista diz que sequer foi votar.

“Quando eu estava indo em Brasília, com as portas abertas lá, ou eu baixava a bola ou não conversava. Porque eu já dava pau no Bolsonaro naquela época. Ou baixava a bola, ou não entrava no Ministério da Infraestrutura. Essa é a verdade. Quem é contra o Bolsonaro não tem acesso ao governo. É assim que funciona ali.”

Agora, Dedeco está rompido com o governo. Segundo ele, porque o ministro Tarcísio de Freitas (Infraestrutura) teria dito que o motorista estaria fazendo “showzinho” ao falar com a imprensa sobre sua pneumonia em abril passado e após Dedeco criticar publicamente a condução da gestão Bolsonaro com relação à pandemia.

“Me desliguei dele [Tarcísio de Freitas] também por causa daquela manifestação que foi feita pró-reforma da Previdência [em 2019]. Aquela manifestação foi combinada dentro do gabinete do ministro, com os empresários”, acusa Dedeco. “Eu acabei indo e meu nome foi usado. Eu era totalmente contra a reforma, porque ela não serviu para nada, só para prejudicar os aposentados.”

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