Minas identifica reinfecção em médico de 29 anos com variante inédita do coronavírus
- Variante de Manaus pode escapar dos anticorpos produzidos pela Coronavac, sugere estudo
- Vacina da Moderna produz anticorpos com meia dose, diz estudo
O médico, que além de trabalhar em Sabará atende também em Caeté, outra cidade próxima a Belo Horizonte, e na capital, relatou à época ter acabado de retornar de viagem ao Rio de Janeiro. A reinfecção ocorreu 230 dias depois do contato inicial do morador de Sabará com o novo coronavírus. Seu primeiro teste positivo foi em maio, com a linhagem B.1.1.28. Nas duas infecções não houve necessidade de internação.
A universidade afirma que em agosto o médico passou por exame sorológico e o resultado foi positivo para o anticorpo IgG, que combate a covid-19. Em dezembro, porém, o mesmo exame apresentou resultado negativo.
Pesquisador do Laboratório de Imunopatologia da UFOP, Alexandre Reis explica não ser possível afirmar que apenas a exposição a uma nova linhagem do vírus tenha sido o único fator responsável pela reinfecção. “O fato de os níveis de anticorpos do paciente terem negativado, assim como outros fatores ainda não bem elucidados, devem também ter contribuído para o quadro”, analisa, em comunicado da UFOP.
Novas variantes
A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais informou nesta terça-feira, 2, ter sido detectada no Estado a variante P.1, identificada inicialmente em Manaus, em duas amostras de material genético analisadas pelo Laboratório Central de Saúde Pública de Minas Gerais (Lacen). As amostras, conforme a secretaria, são de duas pessoas da capital amazonense que estavam em viagem a Belo Horizonte.
Estudo feito por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade de Campinas (Unicamp) sugere que a variante P.1 pode escapar dos anticorpos produzidos no organismo humano pela vacina Coronavac, o principal imunizante utilizado no Brasil contra a covid-19. Os dados, porém, foram levantados a partir de um grupo pequeno de voluntários e são preliminares.
Minas Gerais já registra regiões com estrangulamento do atendimento para casos mais graves da covid-19. No Triângulo Sul, que tem Uberaba como principal cidade, não há mais leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) seja para covid-19 ou qualquer outra doença. Em Belo Horizonte, a taxa de ocupação de UTI para covid-19 está em alta e atingiu nesta terça-feira, 2, 76,3%, ante 64,2% registrado na terça-feira anterior, 23.
Nesta quarta-feira, 3, começa na cidade a vacinação de idosos de 80 a 85 anos, iniciando pelos mais idosos da faixa etária. O cronograma da Prefeitura prevê que na quinta-feira, 11, e sexta-feira, 12, sejam vacinados os idosos de 80 anos.