Variante britânica do coronavírus é até 90% mais transmissível, estimam cientistas

Variante britânica do coronavírus é até 90% mais transmissível, estimam cientistas

 

De acordo com cientistas, quanto mais o vírus se espalha e interage com organismos humanos, maiores as chances de novas variantes surgirem. Assim, controlar as taxas de transmissão não só evitam hospitalizações e mortes pela doença como também reduz as probabilidades de que novas formas do vírus eventualmente mais violentas possam aparecer.

A maior transmissibilidade do Sars-CoV-2 preocupa médicos no mundo todo. A Covid-19 tem uma letalidade considerada baixa, mas quanto mais pessoas se infectam com a doença, maior é a demanda por leitos de UTI e outros cuidados médicos, o que pressiona os sistemas de saúde já bastante massacrados pela pandemia.

Mas a variante B.1.1.7 também pode ser mais letal, apontou um outro estudo divulgado em meados de fevereiro por cientistas da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres. Segundo estimativa dos pesquisadores, o risco de morte para quem desenvolve a Covid-19 com a variante britânica cresce 58%.

O estudo foi divulgado em formato de pré-publicação (pré-print) e ainda não passou por uma revisão de outros pesquisadores da área.

Para Nicholas Davies, epidemiologista que liderou as duas pesquisas sobre a nova variante, está claro que a B.1.1.7 contribuiu para que a Inglaterra tivesse taxas de internações e mortes altas no início deste ano.

“Mesmo com medidas restritivas, 42 mil pessoas morreram de Covid-19 na Inglaterra nos primeiros dois meses de 2021, número de mortes igual ao do período de março a outubro de 2020 (oito meses). Estou certo de que muitas dessas vidas não seriam perdidas se não tivéssemos a variante”, afirmou o pesquisador em suas redes sociais.