Países passam a exigir teste de Covid-19 de caminhoneiros por causa de variante brasileira

Países passam a exigir teste de Covid-19 de caminhoneiros por causa de variante brasileira

 

A NTC&Logística (Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística), por exemplo, manifestou preocupação com o custo e a operacionalidade da exigência.

A associação alega que o impacto ocorre tanto pelo custo dos exames quanto pelo tempo que um caminhoneiro acaba permanecendo na fronteira aguardando o resultado.

A chancelaria brasileira entrou em conversas com esses países para pedir o adiamento da entrada em vigor das determinações ou mesmo a sua flexibilização.

As autoridades brasileiras, segundo o Ministério de Relações Exteriores, têm pedido que os países adotem o modelo atualmente em vigor no Uruguai: a realização do teste PCR no lado uruguaio da fronteira, com custos pagos pelo importador e sem obrigação de espera pelo resultado.

O Itamaraty também tem mantido conversas com o governo do Peru, embora o país afirme que, no momento, exige a apresentação de teste antígeno, mais barato e rápido do que o PCR -porém com sensibilidade menor.

O principal argumento do setor é que as distâncias das rotas internacionais que passam por Argentina, Chile e Peru resultam em viagens que ultrapassam o prazo de validade exigido para os exames, de 72 horas.

A situação se agrava nos casos do Chile e Peru, uma vez que caminhoneiros brasileiros realizam essas rotas passando antes pelo território argentino.

Na fronteira brasileira com o Peru, a entrada de caminhoneiros também depende de apresentação de exame antígeno.

O Itamaraty afirma que faz gestões juntos aos governos dos países sul-americanos para flexibilizar os requisitos. A medida inicial chilena, por exemplo, demandava o PCR com 72 horas antes da chegada à fronteira do país.

A chancelaria brasileira diz que o Chile passou a aceitar que o prazo seja de até três dias antes da saída do território brasileiro.

A NTC&Logística afirma que as exportações brasileiras por via terrestre para Argentina e Chile somaram US$ 5,7 bilhões em 2020.

Diversos países adotaram restrições de entrada de estrangeiros em seus territórios por conta do avanço da pandemia.

O Brasil gera especial preocupação, devido ao surgimento da variante P1 e da progressão dos contágios e mortos.

A Argentina está com suas fronteiras fechadas para turistas. Chile e Peru também têm restrições de entrada que afetam brasileiros.

A mais recente determinação veio da França. Na terça-feira (13), o primeiro-ministro Jean Castex anunciou a suspensão de todos os voos relacionados ao Brasil devido ao atual cenário da pandemia de coronavírus no país.

Embora a decisão de permitir o ingresso de estrangeiros seja exclusiva dos governos vizinhos, o Itamaraty tem atuado para que haja flexibilização no setor de transportes, para reduzir o impacto sobre os fluxos de comércio.

EXPORTAÇÕES VIA TERRESTRE PARA ARGENTINA E CHILE, EM 2020

Total – US$ 5,7 bilhões
Viagens – 145 mil
Veículos por dia – 700
Fonte: NTC&Logística