Especialista ressalta benefícios da psicologia a pacientes recuperados da Covid; depressão e ansiedade estão entre sequelas

Especialista ressalta benefícios da psicologia a pacientes recuperados da Covid; depressão e ansiedade estão entre sequelas

De acordo com o estudo, isto acontece mesmo quando as pessoas tiveram casos leves da Covid-19 e não tinham histórico de doenças mentais. A especialista comenta que a Covid é uma doença pouco conhecida e, por isto, cria “expectativas negativas” àqueles que a contraem.

“A ansiedade é uma perspectiva de futuro negativa. A Covid fez exatamente este papel. Por ser uma doença desconhecida e que a gente não sabe tudo a respeito da evolução das sequelas, a gente tem respostas dos organismos de formas muito diferentes”, explicou.

Patrícia atua como professora no curso de Psicologia da PUC/PR e no ambulatório especializado para tratamento pós-covid no Hospital Universitário Cajuru, na capital. Desde novembro do ano passado, em parceria com a Universidade e por meio do SUS, o hospital montou o projeto que atende de 6 a 8 pacientes nas quintas-feiras a cada semana.

Dependendo da sequela, os pacientes recebem atendimento especializado em pneumologia, fisioterapia respiratória e funcional, psicologia, neuropsicologica e cardiologia.

A psicologia vem de encontro a estes impactos e transtornos, para auxiliar esses pacientes no enfrentamento dessas questões de ansiedade e depressão, no enfrentamento do medo e na construção de estratégias que auxiliem o retorno a uma vida cotidiana”, comentou sobre o trabalho no ambulatório do Hospital Cajuru.

Pesquisa

As pesquisas realizadas pela universidade brasileira e norte-americana ainda apontaram que os problemas associados à saúde mental permanecem nos pacientes mesmo dois meses depois de serem infectados.

No Brasil, por exemplo, 26% dos pacientes pesquisados apresentaram quadros significativos de depressão, 22%, de ansiedade, e 17%, de estresse pós-traumático. Sobre a situação, Patrícia diz que a psicologia, no fim, é o que permite a reestruturação de pessoas que viveram realidades complicadas com a doença.

“É a forma de identificar o mínimo de auto proteção, auto cuidado, mas também, que eles possam reencontrar alguns benefícios na vida cotidiana, no trabalho, na relação com os seus entes queridos. A gente não pode modificar a realidade, mas a gente pode auxiliar elas no manejo dessa nova realidade”, concluiu à Banda B.