MS quer atingir 60% com imunização completa antes de vacinar adolescentes contra Covid
Mato Grosso do Sul já ultrapassou a marca de 80% dos adultos vacinados com ao menos uma dose e deve finalizar a aplicação da primeira dose nas pessoas acima de 18 anos até o fim do mês. Com isso, entraram em pauta duas discussões: sobre a aplicação de uma terceira dose nos adultos ou o avanço da vacinação para adolescentes sem comorbidades. Para a SES (Secretaria de Estado de Saúde), MS deve começar a vacinar adolescentes somente depois de atingir 60% dos adultos com esquema vacinal completo.
Conforme dados de sexta-feira (6), MS tem 46,16% da população adulta imunizada, número que pode aumentar com a chegada de um novo lote de Astrazeneca. "Se a gente ultrapassar 90% com a primeira dose e 60% dos adultos com a D2, aí a gente pode discutir o início da vacinação em adolescentes sem comorbidades", disse Geraldo Resende.
Assim como o secretário estadual, a infectologista e integrante do COE (Centro de Operações de Emergências) Mariana Croda também defende ter o máximo de pessoas imunizadas antes de começar a vacinar os adolescentes. Croda explica que o indicado é que os municípios antecipem a segunda dose, diante do risco da chegada da variante Delta em Mato Grosso do Sul.
"O indicado é que antecipe a segunda dose, com variante delta circulando no Brasil, para que as pessoas estejam vacinadas completamente, esta é a minha opinião, antes de iniciar a vacinação em adolescentes. Porém, fica a cargo de estados e municípios decidirem, junto com o PNI (Plano Nacional de Imunização)", argumenta a infectologista.
Geraldo Resende ainda comentou que, antes de iniciar a imunização dos adolescentes em geral, os municípios precisam começar a vacinar os que têm comorbidades. "Semanas atrás, nós adotamos a vacinação em adolescentes a partir de 12 anos com comorbidades, só 6 mil foram vacinados. Tem município que não vacinou um sequer. Ainda é prematuro ter essa discussão e também falar sobre a terceira dose", reforçou o secretário.
E a terceira dose?
Outro assunto que entrou em pauta entre autoridades de saúde é a possibilidade da aplicação de uma terceira dose de vacina para adultos. Nesta semana, o secretário municipal de saúde de Campo Grande, José Mauro Filho, comentou que acompanha o assunto.
"A prioridade em Campo Grande, eu acredito, que seja terminar o calendário até 18 anos, e aguardarmos sobre a terceira dose. Encaminhamos hoje ao Ministério da Saúde um ofício solicitando a discussão em relação à terceira dose", disse em agenda.
Contudo, o titular da SES acredita que a discussão ainda é precoce. A infectologista Mariana Croda afirma que é preciso aguardar um posicionamento do PNI e reforça que ainda faltam estudos sobre o assunto.
"Alguns países mais desenvolvidos e que iniciaram a vacinação precocemente já estão fazendo [aplicação da 3ª dose], a exemplo de Israel, Alemanha, Reino Unido e possivelmente Portugal. É uma pauta que requer parcimônia, já que o Brasil tem vacinas diferentes desses países. Nós utilizamos principalmente Coronavac e Astrazeneca, vacinas que esses países não fizeram. O Chile tem padrão semelhante ao nosso, está municiando a gente de informações. Alguns estudos referentes à Coronavac e Oxford ainda estão por sair, mas não temos respostas ainda", conclui.
Fonte: Midiamax