Bolsonaro contesta comparação de sua viagem com a de Lula

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ironizou nesta quinta-feira (18) no Qatar as comparações que foram feitas entre seu giro pelo Oriente Médio e a recepção ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na Europa.

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Foto: Isac Nóbrega/PR


“Eu vi na Globo News: "Bolsonaro decepciona, Lula é um sucesso". Ah, pelo amor de Deus”, declarou, antes de embarcar de volta ao Brasil.

O presidente brasileiro encerrou uma viagem de seis dias por três países. Além do Qatar, esteve também nos Emirados Árabes Unidos e no Bahrein. Ele se encontrou com autoridades locais e empresários, além de ter visitado eventos como uma feira do setor aéreo e a Expo 2020, em Dubai.
Simultaneamente, Lula, provável adversário do presidente na eleição do ano que vem, teve vasta agenda na Europa, onde visitou o Parlamento Europeu e foi recebido com honras de chefe de Estado pelo presidente da França, Emmanuel Macron.

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A coincidência levantou comparações entre as duas viagens e observações de que, enquanto o petista visitava líderes democraticamente eleitos, Bolsonaro encontrava ditadores do golfo Pérsico.
Na véspera, antes de visitar o estádio que sediará a final da Copa do Mundo do ano que vem, no Qatar, Bolsonaro já havia alfinetado o périplo do petista. “O Lula tem que andar pelo Brasil”, disse o presidente.

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Bolsonaro afirmou que sua viagem pelo Oriente Médio foi altamente positiva. “Excelente viagem. Conversas excepcionais”, declarou, sem entrar em muitos detalhes a respeito do que foi tratado com os líderes árabes. “O que é reservado é reservado”, disse.
De acordo com o presidente, a imagem internacional do Brasil é muito boa, e o país vem tendo protagonismo crescente no palco global. “O Brasil cada vez mais assumiu destaque no mundo. Há um grande interesse em várias áreas, em especial o agronegócio, a necessidade de segurança alimentar”.

O governo brasileiro é alvo de críticas por vários atores internacionais, sobretudo na área ambiental e com relação à gestão da pandemia da Covid-19, entre outros temas.
Bolsonaro, no entanto, reafirmou que seu governo goza de credibilidade. “Só o tratamento dispensado para nós [na viagem], e nós a eles demonstra que vivemos uma boa fase”, disse.

Ele reforçou também uma das declarações mais polêmicas que deu durante o giro, quando disse a uma plateia de investidores em Dubai que a Amazônia não pega fogo. Isso contraria dados obtidos por satélite que constatam crescimento de focos de incêndio na floresta.
“Quero te convidar para ir com um galão de gasolina no coração da floresta Amazônica e ver se pega fogo. Não pega fogo. Vocês [imprensa] continuam batendo na tecla de falar mal do Brasil”.