"Lutarei para proteger a vida", diz Bolsonaro sobre descriminalização do aborto na Colômbia

O presidente Jair Bolsonaro (PL) reagiu nesta terça-feira (22) à notícia de que a Colômbia descriminalizar o aborto até a 24ª semana de gestação e afirmou que lutará para “proteger a vida” de crianças brasileiras.

“Que Deus olhe pelas vidas inocentes das crianças colombianas, agora sujeitas a serem ceifadas com anuência do Estado no ventre de suas mães até o 6° mês de gestação, sem a menor chance de defesa”, escreveu o presidente no Twitter. “No que depender de mim, lutarei até o fim para proteger a vida de nossas crianças”.

A pauta conservadora é um dos principais temas da campanha de Bolsonaro, que sempre se posicionou contra o aborto. Durante a campanha de 2018, ele chegou a dizer que, se um dia o Congresso aprovar uma lei que flexibiliza o aborto, ele vetaria a proposta, caso fosse presidente.

Foto: Alan Santos/PR

Bolsonaro é próximo ao eleitorado evangélico e busca se reeleger neste ano, mas grandes igrejas já começam a desembarcar do bolsonarismo. Nas pesquisas de intenção de voto, o atual mandatário está atrás do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Bolsonaro reagiu à decisão da Corte Constitucional colombiana que, na segunda-feira (21), afirmou que nenhuma gestante colombiana poderá ser julgada por um aborto realizado até a 24ª semana de gravidez.

A decisão foi tomada por cinco votos a favor e quatro contra, retirando o aborto da lista de delitos do Código Penal colombiano –quando realizado dentro desse prazo.

A decisão torna a Colômbia o principal país da América do Sul, em termos de população, a descriminalizar o procedimento – e a terceira grande nação da América Latina a fazê-lo em pouco mais de um ano, junto ao México e à Argentina.

No caso mexicano, a descriminalização é nacional, mas os estados regulamentam o recurso de acordo com decisões tomadas pelos Parlamentos locais. A Argentina aprovou via Congresso uma lei de aborto apenas pela vontade da mulher até a 14ª semana de gestação, podendo ser realizado em clínicas e hospitais públicos, sem custo. Na região, o aborto ainda é permitido e legalizado em Cuba, no Uruguai e na Guiana.