McDonald"s fala em costume de brasileiros ao apresentar defesa de McPicanha sem picanha

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Whopper Costela sem costela

A BK Brasil, máster franqueada no Brasil da marca Burger King, também ressaltou que a composição do sanduíche Whopper Costela sempre foi de conhecimento dos consumidores e das autoridades brasileiras. Citou que o lanche foi registrado no “Ministério do Meio Ambiente, Agricultura e Pecuária” –na verdade seriam duas pastas, o Ministério do Meio Ambiente e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

Estaria informado para as autoridades, portanto, que o hambúrguer é composto de 95% de carne suína e o restante são ingredientes de tempero.

“Esclarece-se que o hambúrguer do Whopper Costela por carne suína com aroma –e sabor– de costela de porco. Essa informação durante todo o tempo de comercialização foi clara e disponível ao consumidor: o sabor era de costela, não o corte da carne de costela”, afirma trecho da carta enviada ao Senado.

A empresa ainda afirma que vários produtos do setor alimentício qualificam seus sabores sem conter a matéria-prima correspondente. Cita como exemplo sorvete de sabor morango que não contém a fruta.

A BK Brasil ainda afirma que a repercussão foi “anormal” e “injustificada” e que provocou um “frenesi” na busca por alguns consumidores a nomes de produtos ou alegações de propaganda que não condiziam com os ingredientes in natura.

A empresa também acrescenta que trocou o nome do sanduíche para Whopper Paleta Suína em nome da transparência e por sua política de manter um diálogo perene com os seus consumidores.

“Por isso, longe de caracterizar confissão de culpa ou assunção de responsabilidade, BK Brasil tomou essa decisão em respeito ao consumidor”, afirma o texto da carta.

Autor do requerimento para a realização da audiência, o senador Nelsinho Trad (PSD-MS) ressalta que as justificativas apresentadas pelas empresas não correspondem totalmente aos fatos, considerando que as observações sobre a composição dos hambúrgueres estavam em tamanho pequeno.

“Não podemos tratar o caso como um mero equívoco na campanha de divulgação. Em um dos casos, o sanduíche tem o nome de um corte de carne, é divulgado em uma imagem em que o lanche aparece ao lado do mesmo corte e apenas nas letras miúdas, muito miúdas, por sinal, é esclarecido que se trata de "aroma de costela”,

afirmou à reportagem.

“No outro caso, também em letras pequenas de um banner, está escrito que a campanha é válida para maiores de 12 anos. Qual o problema para o consumo abaixo dessa faixa etária? Respeitar o direito de todos à saúde e à informação precisa e detalhada sobre os produtos é um princípio que deve balizar todas as ações de quem se propõe a atuar no mercado. É importante que esse caso seja tratado com a máxima seriedade e que sirva de exemplo. O consumidor brasileiro é exigente e está atento”, completa.