Smartphones com sistema atualizado por mais tempo podem sair mais em conta que aparelho de baixo custo que receberá poucas atualizações. Imagine que você está comprando um celular e agora ficou indeciso entre dois modelos. Um deles custa R$ 700, mas só terá atualização por mais um ano; outro custa R$ 1.000, mas será atualizado por dois anos. Se você não quiser se arriscar usando o celular depois do fim do suporte técnico ao software — o que garante mais segurança ao aparelho, por exemplo —, qual deles é o melhor negócio?Pelo ângulo da atualização de software, o de R$ 1000 é mais em conta, apesar de ser mais caro no momento da compra. Afinal, ele terá atualizações pelo dobro do tempo, mas não custa o dobro do preço.Infelizmente, essa cena, no geral, fica mesmo na imaginação. Como o blog apurou, muitos fabricantes de celulares não se manifestam nem fornecem garantias sobre a atualização do sistema dos smartphones que comercializam. Se a informação não existe, não é possível fazer uma comparação justa para saber qual celular dá mais valor ao seu dinheiro.SAIBA MAIS: Celulares só recebem atualização por alguns anos, e fabricantes omitem detalhesSistemas precisam ser atualizados periodicamente para corrigir erros e vulnerabilidades.Altieres Rohr/G1Quando você compra um smartphone, você não adquire apenas o produto (hardware). Você adquire também um serviço de manutenção do software que ele precisa para funcionar.Todos estão acostumados a conferir o prazo de validade em uma caixa de leite, mas é preciso ter consciência que dispositivos eletrônicos inteligentes também têm validade — ainda que determinada pelo fabricante e seus fornecedores. O bloqueio de tela, a criptografia de dados e a navegação na internet podem ficar comprometidas em um aparelho desatualizado. Até o ajuste de data e hora pode apresentar problemas, o que aparece não só na configuração do horário de verão, mas em erros de cálculos de planilhas e calendários.Hoje, até para o consumidor mais técnico e informado — principalmente aquele que comprou celular Android —, cada atualização anunciada resulta em uma grande expectativa. Se o fabricante decidir que seu celular vai ficar para trás, de uma hora para outra o seu aparelho parece mais velho do que verdadeiramente é.Problema também afeta 'internet das coisas'Dispositivos da chamada "internet das coisas" também enfrentam esse desafio. Roteadores, câmeras de rede e outros produtos nem sempre recebem atualizações por muito tempo. A situação tende a ser ainda mais grave com smart TVs, já que telas podem chegar facilmente a uma década de uso e não há previsão — técnica ou legal — para manter o software desses televisores em dia.Os celulares, porém, merecem mais atenção. Eles são quase inúteis se não puderem ser conectados à rede e muitos profissionais necessitam desses equipamentos para trabalhar. O mercado não consegue fazer boas escolhas quando o consumidor é obrigado a se contentar com surpresas anunciadas muito depois da data da compra.O programa Android One, em que o Google garante atualizações por três anos, é o primeiro sinal de mudança. Mas nem as fichas técnicas dos celulares com esse sistema nas lojas on-line dizem até quando o telefone será atualizado – é preciso pesquisar e descobrir a data de lançamento internacional. Como essa é uma questão técnica e essencial, o consumidor precisa receber a informação da forma mais clara possível.Dúvidas sobre segurança, hackers e vírus? Envie para g1seguranca@globomail.comSelo Altieres RohrIlustração: G1
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