Flávia era ativista do MAB (Movimento dos Atingidos por Barragens) e, em abril, defendeu sua tese de doutorado em antropologia pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) sobre o desastre ambiental de Mariana.
Quatro das vítimas hospitalizadas após os atentados estão internadas em estado grave, segundo o boletim. Entre elas está um menino de 11 anos, que passou por cirurgia, e uma adolescente de 14 anos, que também precisou de procedimento cirúrgico e está intubada. Os dois estão no Hospital Estadual Nossa Senhora da Glória, em Vitória.
Duas mulheres, de 45 e 52 anos, também tiveram de ser operadas e estão em estado grave na UTI. Elas foram levadas de helicóptero para o Hospital Estadual Dr. Jayme dos Santos Neve, em Serra (ES).
Uma quinta pessoa ferida, uma mulher de 58 anos, está internada no Hospital Estadual de Urgência e Emergência São Lucas, na capital Vitória. Ela passou por cirurgia e seu estado estável, segundo a secretaria.
Os demais feridos acabaram liberados sem apresentar gravidade após atendimento.
As outras três mortes nos ataques a tiros em duas escolas, uma pública e uma particular, foram registradas na sexta (25).
Um ex-aluno de 16 anos, transferido em junho da escola estadual e filho de policial militar, foi apreendido como suspeito de cometer o crime. Materiais com a suástica, símbolo nazista, foram recolhidos em sua casa.
Os ataques foram registrados nas escolas Primo Bitti, pública, e Centro Educacional Praia de Coqueiral, particular, próximas uma da outra, no município de 104 mil habitantes no interior capixaba.
A ação começou pela escola pública, onde duas pessoas morreram e outras nove foram atingidas por disparos, de acordo com o secretário da Segurança Pública e da Defesa Social do Espírito Santo, Marcio Celante.
O atirador entrou no local por volta das 9h, após arrombar um cadeado. A ação ocorreu dentro da sala dos professores. As docentes Cybelle Passos Bezerra Lara, 45, e Maria da Penha Pereira, 48, morreram.
Depois do ataque inicial, ele se deslocou de carro para o Centro Educacional Praia de Coqueiral, que é particular e fica na mesma avenida, a cerca de um quilômetro de distância. No local, o adolescente fez mais três vítimas, todas estudantes. Uma delas morreu, Selena Sagrillo Zuccolotto, 12, morreu.
O suspeito de cometer o crime foi apreendido por volta das 15h30, na própria cidade. De acordo com o governador Renato Casagrande (PSB), ele que estudou na Primo Bitti até junho, quando foi transferido a pedido da família.
O estudante teria utilizado duas armas do pai para cometer os ataques, sendo uma pistola semiautomática e um revólver, segundo a Polícia Civil. O carro usado para o deslocamento até as duas escolas também era do pai.
“Ele planejou essa ação durante dois anos, mas não falou qual foi o motivo [ ] Ele estava em estado de choque, mas tranquilo, e não conseguimos observar se ele mostrava arrependimento”, disse o superintendente da regional norte da Polícia Civil do Espírito Santo, João Francisco Filho.
Neste sábado, o atacante Richarlison, autor dos dois gols na estreia do Brasil na Copa do Mundo contra a Sérvia, na quinta (24), publicou uma mensagem nas redes sociais se solidarizando com as vítimas.
“Minha solidariedade e tristeza pelo que aconteceu ontem no meu estado, em Aracruz. Professoras e uma criança morta. Coisa impossível de acreditar que ainda aconteça. Muita força e carinho pras famílias e amigos”, escreveu o jogador, que é capixaba -ele nasceu em Nova Venécia, a cerca de 180 km de distância da capital Vitória.
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