Cardeal investigado por fraude gravou ligação com papa Francisco sem consentimento
Os casos de abusos envolvendo religiosos são recorrentes, e o papa Francisco já expressou sua indignação contra os abusadores dentro da Igreja Católica. No ano passado, ele chegou a anunciar medidas para coibir os casos de violência sexual, como uma norma que obriga membros do clero a denunciar suspeitas de violência sexual às autoridades eclesiásticas. Ele também aboliu o segredo pontifício sobre casos de pedofilia.
A investigação realizada pela Igreja Católica agora se dá no contexto mais amplo de uma apuração sobre as circunstâncias da renúncia de um bispo da diocese a que a catedral responde, de Hexham e Newcastle, em dezembro passado.
O bispo em questão, Robert Byrne, afastou-se do posto que dirigia desde 2019 sob a justificativa de que este tinha se tornado um “fardo pesado demais”. Antes, ele havia servido como auxiliar na arquidiocese de Birmingham, no centro-oeste do país, e fora reitor da igreja paroquial de Oxford, no centro-sul, entre 1993 e 2011.
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“Meu próprio discernimento me levou a reconhecer que hoje me sinto incapaz de continuar a servir o público desta diocese como gostaria”, disse a fiéis na Catedral de Santa Maria, em Newcastle, no discurso em que anunciou sua renúncia. Não há evidências de que o bispo participou da suposta festa ou que tivesse conhecimento dela.
O responsável pela investigação é o arcebispo de Liverpool, Malcolm McMahon, que também dirige a diocese até que o sucessor de Byrne seja nomeado. Em uma carta obtida pelo Sunday Times, o arcebispo afirma que os conselheiros do papa pediram que ele preparasse um relatório aprofundado sobre os eventos que antecederam a renúncia do bispo.
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A Agência Católica de Padrões de Salvaguarda (CSSA, na sigla em inglês), iniciou na semana passada uma auditoria surpresa na diocese. Steve Ashley, diretor-executivo da entidade, afirmou que a investigação levará em conta quaisquer relatos e alegações de abuso, e reforçou a agência é independente e tem “total autonomia”.
Já a diocese afirma que se apresentou voluntariamente ao CSSA e à Comissão de Caridade e que “continuará a trabalhar de forma produtiva e célere com ambas as organizações e adaptando-se quando necessário a partir de fatos e evidências fornecidas, e não de rumores e desinformação”.
Organizar festas durante a pandemia foi um dos fatores que levaram à queda do ex-premiê Boris Johnson. O “partygate”, episódio no qual vazamentos em série revelaram festas na sede do governo no auge da Covid, mostrou que o governo fez dezenas de comemorações no período, de festa de Natal a festa de aniversário -do próprio premiê. Funcionários do gabinete chegaram a realizar um convescote na véspera do funeral do príncipe Philip (1921-2021), o que depois gerou um pedido de desculpas de Boris à rainha Elizabeth 2ª.
bandab