OS CASOS
Em 28 de fevereiro, um dermatologista de Nova York notificou as autoridades de saúde pública sobre duas mulheres, sem vínculos epidemiológicos entre si, que apresentavam tinea grave. A infecção não melhorou com o tratamento oral com terbinafina.
Os isolados de cultura de pele de cada uma foram previamente identificados por um laboratório clínico como Trichophyton mentagrophytes e encaminhados ao Wadsworth Center, Departamento de Saúde de Nova York, para posterior revisão e análise. Em março deste ano, os isolados foram identificados como Trichophyton indotineae.
A primeira paciente, de 28 anos, desenvolveu uma lesão que causava coceira generalizada durante o verão norte-americano de 2021. “Ela não tinha outras condições médicas, nenhuma exposição conhecida a uma pessoa com erupção cutânea semelhante e nenhum histórico recente de viagens internacionais”, afirmou o CDC.
Foram observadas placas grandes, anulares, escamosas e que causavam coceira no pescoço, abdômen, região pubiana e nádegas. Ela recebeu o diagnóstico de tinea e iniciou a terapia oral com terbinafina em janeiro de 2022. “Como as erupções não melhoraram após duas semanas de terapia, a terbinafina foi descontinuada, e ela iniciou o tratamento com itraconazol. A erupção desapareceu completamente após quatro semanas. Mas, com a recente confirmação, ela está sendo monitorada quanto à possível recorrência da infecção e à necessidade de reinício do tratamento.”
A segunda paciente tem 47 anos e desenvolveu o mesmo tipo de lesão em 2022, quando estava em Bangladesh. O filho e o marido tinham erupções semelhantes.
Após voltar aos EUA, foi receitado a ela creme de terbinafina, entre outros medicamentos, sem efeito. Posteriormente, a paciente foi tratada com terbinafina oral e seguiu sem melhora. Recebeu, então, tratamento com griseofulvina, resultando em cerca de 80% de melhora. Agora, aguarda avaliação mais aprofundada, dada a confirmação da infecção por T. indotineae. O filho e o marido estão sendo avaliados. Por não ter histórico de viagem internacional, o primeiro caso chama a atenção das autoridades, pois sugere “potencial transmissão local” da nova espécie de fungo pelos EUA.
ALERTA
O CDC orienta os profissionais de saúde a considerar a infecção por T. indotineae em pacientes com tinea disseminada, principalmente quando as erupções não melhoram com antifúngicos de primeira linha ou terbinafina oral. A identificação correta, segundo o órgão de saúde, requer sequenciamento genômico. “Os esforços de vigilância da saúde pública e o aumento de testes podem ajudar a detectar e monitorar a disseminação de T. indotineae”, acredita o CDC.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
bandab