Com privatizações e reformas, economia está no "caminho para estabilidade", diz ex-presidente do BC

O ex-presidente do Banco Central (BC), Carlos Langoni, comentou, nesta quinta-feira (29), o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro no segundo trimestre deste ano. De [...]

Com privatizações e reformas, economia está no

O ex-presidente do Banco Central (BC), Carlos Langoni, comentou, nesta quinta-feira (29), o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro no segundo trimestre deste ano. De acordo com ele, o crescimento de 0,4%, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) também nesta quinta, é o início de um caminho para estabilidade.

"Esse resultado deve ser destacado do ponto de vista qualitativo, uma vez que acontece neste segundo trimestre, quando ainda há um pouco de incertezas políticas pairando no país, como por exemplo sobre a aprovação da reforma da Previdência e dúvidas quanto à sua potência fiscal. Assim, ter reagido bem no segundo trimestre em relação ao primeiro – junto do crescimento, ainda que moderada, do consumo das famílias e a retomada do investimento -, são sinais positivos de que provavelmente, a partir do terceiro trimestre, quando a onda de incerteza tende a se reduzir, haja uma recuperação gradual e sistemática da economia brasileira", disse, em entrevista ao Jornal da Manhã.

Para o economista, essa queda no índice de incerteza, que deve acontecer no terceiro trimestre ao lado da reforma tributária e outros incentivos aos investimentos privados podem até resultar em uma melhora do PIB anual do país. "O índice de incerteza teve um pico em março, com as dificuldades políticas do governo com o Congresso Nacional, mas caiu quando a reforma da Previdência passou na Câmara dos Deputados. Se continuar em queda, fatalmente isso vai refletir em mais consumo das famílias e o PIB pode se aproximar mais de 1% do que de 0,8%, que é o que está estimado atualmente", explicou.

Langoni destacou, ainda, a importância de medidas de liberais do mercado para essa recuperação da economia brasileira. Ele elogiou as medidas tomadas até aqui pelo governo, como a liberalização do mercado de gás (GLP), a MP da Liberdade Econômica e as privatizações que vem acontecendo. "O setor privado está liderando o crescimento da economia brasileira, no modelo liberal de desenvolvimento: isso não é ideológico, é a única alternativa, porque o setado brasileiro está falido do ponto de vista econômico e gerencial."

Exterior

Segundo o ex-presidente do BC, a maior preocupação, agora, é o cenário internacional. "Dúvidas internas sempre vão existir, mas a questão externa preocupa. Há a situação tensa com a guerra comercial, a questão do Brexit. As tensões internacionais podem chegar ao ponto de provocarem não só desaceleração, mas amaeça de descontinuidade recessiva", apontou.

Apesar disso, Langoni é otimista. Ele acredita que os Estados Unidos, por exemplo, não vão colocar em risco seu desempenho econômico às vésperas das eleições e que o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, vai encontrar uma forma menos racial para a saída da União Europeia (UE). "Vejo a economia brasileira preparada para a decolagem, principalmente a partir da reforma tributária", comemorou.