Polícia de MS conclui inquérito de feminicídio e ex-namorado que matou professora é indiciado por 2 crimes

Polícia de MS conclui inquérito de feminicídio e ex-namorado que matou professora é indiciado por 2 crimes

Delegada diz que suspeito ainda não foi transferido para Três Lagoas e agora deve prestar depoimento em juízo. Em conversa informal, ele já confessou o crime e fala em "burrice". Professora foi morta a tiros por ex-namorado enquanto participava de festa em MS, diz polícia

Redes sociais/Divulgação

A Polícia Civil concluiu o inquérito que apura a morte da professora Angela Maria Jorge, de 62 anos. O crime ocorreu na noite do dia 29 de novembro, em Três Lagoas, região leste do estado. Apontado como autor do crime, o ex-namorado dela, de 59 anos, deve responder por feminicídio e porte ilegal de arma de fogo.

Ao G1 a delegada Letícia Alves, titular da Delegacia de Atendimento à Mulher (DAM) do município, disse que o suspeito continua em Campo Grande. "Ele ainda não foi recambiado, estamos aguardando a PM [Polícia Militar]. Ele também não foi ouvido, porém, como temos o prazo de 10 dias para concluir o flagrante, o inquérito já foi encaminhado ao Fórum e ele deve ser ouvido em juízo", explicou.

Homem deve permanecer com bala alojada na cabeça; ele disse: 'foi uma burrice o que eu fiz'

Em conversa informal, logo após receber alta médica da Santa Casa, o homem confessou o crime e disse: "Foi uma burrice o que eu fiz". No dia dos fatos, além de deixar uma carta confessando o que fez, ele também deu um tiro no ouvido.

"Ele está em uma cela da Deam desde o início da madrugada. Foi cumprido o mandado de prisão preventiva do feminicídio e ele, provavelmente, será levado para Três Lagoas, onde ocorreu o crime. Lá a delegada responsável pelo inquérito vai ouví-lo formalmente. Aqui, no entanto, ele conversou e mostrou onde está a bala alojada, além de falar que a vítima é ex-namorada e ele tinha a arma guardando há 20 e tantos anos", explicou Felix.

Entenda o caso

A mulher foi morta a tiros pelo suspeito, em frente à um hotel da cidade. Pouco tempo antes, testemunhas presenciaram uma discussão e, conforme a investigação, o homem tentou suicídio em seguida.

O Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu) foi acionado em seguida e constatou a morte da vítima. Já o homem foi socorrido e levado para o Hospital Auxiliadora. Uma testemunha disse aos policias que a mulher havia pedido que a levasse embora, momento em que o autor disse que ele a levaria.

Segundo a polícia, a mulher recusou e iniciou-se a discussão, momento em que ela foi atingida com dois disparos de revólver no tórax. Em seguida, o homem disparou com a mesma arma na própria cabeça. A testemunha disse ainda que a vítima e autor mantiveram um relacionamento.

No local a polícia encontrou o revólver calibre 32 com munições. Já no carro do homem foi encontrado um bilhete que teria sido escrito por ele, no qual ele confessava o crime dizendo: "...foi pela pessoa que tanto amo, mas não fui correspondido por isso que eu vou, mas ela vai junto". Os investigadores também apreenderam uma carteira com documentos pessoais e R$ 306.

O caso foi registrado como feminicídio. A pena para este crime pode chegar a 30 anos de reclusão.