Não basta ser apenas marido ou esposa, precisa ser de fato companheiro ou companheira

Por trás de uma grande mulher, sempre há um grande homem. Enfim, a maior condição para crescermos na vida não é só estar no lugar certo, na hora certa, é preciso que estejamos com a companhia certa ao nosso lado. A pessoa certa ao nosso lado faz toda a diferença.

O verdadeiro companheiro é aquele que sabe a hora de falar e a hora de calar, que aceita ser o nosso suporte, aconselhar-nos quando estamos em dúvida, acolhe-nos nos momentos de angústia e nos dá bronca quando a situação o exigir. Não basta ser apenas marido ou esposa, precisa ser de fato companheiro ou companheira, precisa saber falar e, principalmente, ouvir, que pense junto para crescer junto.


Infelizmente, acho que a maioria dos namorados não pensa nisso antes de se casar, eles não creem que precisarão de um(a) companheiro(a) para o resto da vida.

Em geral, preocupam-se com paixão e amor, e nem sempre com companheirismo. Muitos me dirão que o companheirismo é intrínseco ao amor. Mentira! O companheirismo é o dom que certas pessoas têm de entregar tudo o que têm e são para o outro. É o dom de se doar, de abdicar, de acompanhar o outro. Nem todo companheirismo vem atrelado ao amor-paixão, tampouco todo amor-paixão é companheiro. Uma coisa existe sem a outra.

Alguns amores sem companheirismo podem durar a vida inteira, porém com prejuízos para ambos lados. Alguns companheiros jamais serão amor-paixão, mas podem manter uma relação também de vida inteira. Isto não significa, porém, que possa existir companheirismo sem amor.

Não falo do amor-paixão, falo do amor solidário, do amor maior que existe entre pais e filhos, entre irmãos, familiares, até entre alguns amigos muito especiais. Em suma, para existir companheirismo entre dois seres, precisa existir amor entre eles.


Para crescer sempre, é necessário algum sacrifício. E companheiro que é realmente companheiro admite abdicar de planos, sonhos, do que for necessário para que o outro cresça e, ao crescer, companheiro que é companheiro não esquece o outro, carrega junto, sempre junto, o outro.

O companheirismo nem sempre é bilateral, existe companheirismo unilateral, que é quando apenas um dos dois na relação é companheiro, aceita a condição de dar sem receber.

Quando apenas um abdica de todos os seus sonhos em prol do outro, ele se realiza por meio das realizações do outro. Esse é o caso de executivos extremamente bem-sucedidos que têm em casa uma esposa-companheira dedicada somente e tão somente às tarefas do lar, não têm vida própria, vivem para o conforto do marido e dos filhos. Não quero generalizar. Nem sempre uma esposa dona de casa é uma companheira. Algumas se realizam com as tarefas domésticas e têm no marido que permite que elas se dediquem à casa e filhos um companheiro que as apoia e sustenta.

Porém, existe uma grande parcela delas que não está realizada, pelo contrário, está extremamente frustrada, mas não ousa sequer falar do assunto porque o marido precisa de uma companheira em casa para lhe dar o suporte necessário. Existem ainda as que, apesar de nunca terem pensado em ser donas de casa, surpreendem-se realizando-se por completo nessa função, porque criam laços muito fortes de companheirismo com seus maridos, desejam crescer juntos, mesmo se estão sendo sacrificadas.

Afinal, não existe crescimento sem algum sacrifício. E este sacrifício é próprio daqueles que sabem ser companheiros no momento certo, na medida certa.