Fachin vota para tornar réu e afastar ministro do TCU do cargo

Julgamento de denúncia contra ministro Aroldo Cedraz e o filho dele Tiago Cedraz, que é advogado, foi suspenso após voto do relator da Lava Jato no STF. O

Fachin vota para tornar réu e afastar ministro do TCU do cargo

Julgamento de denúncia contra ministro Aroldo Cedraz e o filho dele Tiago Cedraz, que é advogado, foi suspenso após voto do relator da Lava Jato no STF. O ministro Aroldo Cedraz durante sessão no Tribunal de Contas da União (TCU)

José Cruz/Agência Brasil

O ministro Luiz Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), votou nesta terça-feira (13) pela abertura de ação penal contra o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Aroldo Cedraz e o filho dele Tiago Cedraz, que é advogado.

Fachin também votou para, se a denúncia for aceita pela Segunda Turma do STF, Aroldo Cedraz ser afastado do cargo até o fim do processo.

Após o voto, o julgamento foi suspenso e será retomado no dia 27 de agosto.

Ainda faltam os votos de quatro ministros do Supremo - Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Celso de Mello e Cármen Lúcia, presidente da Segunda Turma, que analisa a denúncia.

O relator da Lava Jato entende que há elementos suficientes na acusação apresentada pela Procuradoria Geral da República (PGR) para que os dois virem réus pelo crime de tráfico de influência.

"Para essa fase, está materialmente demonstrado o conluio de vontades e perpetração do delito de tráfico de influência. Com delação premiada e outros elementos, ficou demostrado que conduta merece apuração no âmbito de ação penal", afirmou Fachin.

PGR denuncia Aroldo Cedraz e o filho dele por tráfico de influência

A acusação

A Procuradoria denunciou em 11 de outubro do ano passado o ministro do TCU Aroldo Cedraz, seu filho, o advogado Tiago Cedraz e outras duas pessoas por tráfico de influência.

Pai e filho são acusados de negociar e receber dinheiro da UTC Engenharia para influenciar o julgamento de processos que tramitam no TCU sobre a Usina de Angra 3 .

Segundo a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, há elementos que comprovam a entrega de dinheiro em São Paulo, na sede da UTC e, em Brasília, no endereço onde funciona o escritório de Tiago Cedraz.

De acordo com a denúncia, os acertos foram feitos em 2012 e pagos em parcelas até 2014. No total foram pagos R$ 2,2 milhões, segundo Dodge.