Sem receber visitas, bebê nasce 'brava' e família brinca: 'Não queria nascer em época de quarentena'

Sem receber visitas, bebê nasce 'brava' e família brinca: 'Não queria nascer em época de quarentena'

Mãe conta que o pai foi um dos últimos a ter autorização de acompanhante em maternidade de MS e pediatra da bebê fez o registro quando a viu com aquela feição. qu

Isabelle Pires/Arquivo Pessoal

As medidas para conter o avanço do novo coronavírus já estavam em andamento na Maternidade Cândido Mariano, assim como o período de isolamento social, que estava prestes a ser decretado pela prefeitura, em Campo Grande. Desta forma, os pais somente assistiriam aos nascimentos por vídeo chamada. Mas, 48 horas antes, o pai da Luisa foi um dos últimos a ter autorização para entrar na sala de parto e, desta forma, pode acompanhar e ver o quanto ela nasceu "brava".

"Ele foi um dos últimos a ter essa autorização de acompanhante, dois dias antes de ser decretada a quarentena. Depois eu até acompanhei e vi que vários pais tiveram que assistir ao nascimento por ligação de vídeo. Mas, assim que a Luisa nasceu, a pediatra dela registrou aquele momento e nós vimos que ela estava bem brava", brincou.

Conforme a mãe "de primeira viagem", a esteticista Isabelle Simplicio Pires, de 22 anos, o parto foi cesárea e Luisa nasceu com 3,480 kg e 49 centímetros. Pouco tempo depois, ambas tiveram alta médica e foram para casa, sem qualquer visita de parentes.

Bebê nasceu em maternidade de MS e foi direto para casa por conta de pandemia

Isabelle Pires/Divulgação

"Lá na sala de parto nós achamos que ela fez aquela carinha porque havia muito luz e ela pode ter estranhado. Só que, em família, como ela não podia receber visitas, todo mundo que viu a foto falou que ela estava brava por conta de nascer na época do novo coronavírus. O meu marido também brincou e falou a mesma coisa. Outros disseram que ela já nasceu brava, igual a mãe", comentou.

Outro nascimento

Logo depois, quando os acompanhantes foram proibidos de entrar na sala de parto, Cecília veio ao mundo, com 49 centímetros e 2.910kg, na mesma maternidade. Enquanto a mãe estava no centro cirúrgico, o pai ficou bem longe, sentado em um banco da recepção ao lado dos sogros. Eles foram os primeiros a receber a surpresa e ver o parto por vídeo chamadas, como medida de contenção ao avanço do novo coronavírus.

"Eu recebi a mensagem um dia antes da data prevista para o quarto e, quando meu marido chegou em casa, me pegou chorando e aí eu falei que ele não poderia acompanhar o parto. Foi uma angústia muito grande, ele sempre participou de tudo, de todo o pré-natal. Ao chegar na maternidade, entrei e eles ficaram na recepção. Antes mesmo de entrar no centro cirúrgico eu já estava chorando e as pessoas me pedindo calma", contou ao G1 a mãe, a policial militar Tahyane Cyles Cunha Brandão, de 34 anos.

O marido dela, o vendedor Leandro Ribeiro Brandão, de 33 anos, conta que estava conversando com os sogros quando o aparelho tocou. "Foi uma questão de saúde, mas, nem passou pela minha cabeça que seria daquele jeito. Só que ocorreu tudo bem graças a Deus e agora voltamos pra quarentena", ressaltou.

O casal conta ainda que a data do parto, dia 22 de março, foi escolhida porque era a data em que eles completaram 20 anos de namoro. E a alta médica também foi antes da data prevista, também por prevenção ao vírus.

Pai recebeu ligação durante parto da filha em MS

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