Sem renda na quarentena, autônomos dependem do auxílio emergencial em Taubaté

Sem renda na quarentena, autônomos dependem do auxílio emergencial em Taubaté

Edson do Brigadeiro e pipoqueiro de Taubaté contam com doações para ter alimentos em casa. Eles se inscreveram para receber auxílio do governo federal. Edson Batista tinha na venda de brigadeiros única forma de renda

Arquivo Pessoal

Com medidas de restrições de circulação e fechamentos de comércios, quem depende do movimento das ruas para ganhar salário se viu sem fonte de renda de uma hora para outra. Sem achar alternativas para driblar a situação, muitos autônomos dependem do auxílio emergencial de R$ 600 do governo federal.

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O vendedor dos brigadeiros mais famosos de Taubaté e o pipoqueiro que depende das praças para alimentar os dois filhos não conseguiram encontrar soluções para manter o ganha pão. Eles fazem parte dos 33,7 milhões que se inscreveram em busca do auxílio emergencial do governo.

Edson Batista trocou o sobrenome pelo produto: o brigadeiro. Ganhou fama com a "onipresença", percorrendo quilômetros pela cidade diariamente para a venda dos doces, que é seu único ganha pão. Mora de aluguel em uma casa simples no bairro Três Marias e é com os doces que paga o aluguel e as contas do mês.

O vendedor conta que vende em média 50 doces ao dia e viu esse número cair para zero. Sem renda para implantar serviço de delivery, conta com a ajuda de uma lanchonete que aceitou incluir os doces em seu cardápio em uma plataforma de entregas.

"Estou me virando do avesso, mas já estou com as contas em atraso. O aluguel é minha prioridade, não posso atrasar. Mas preciso escolher. O que entra ao dia para comprar alimento ou juntar para quitar o aluguel. São dias difíceis".

Edson se inscreveu para receber a ajuda emergencial do governo de R$ 600. Ele conta com o valor para aliviar a "pressão" para conseguir o aluguel e continuar na venda dos doces para colocar mantimentos em casa.

Apesar da situação, diz que mantém a disposição de quem vai de uma ponta a outra da cidade. Tirava uma produção de doces nesta segunda-feira (13) para oferecer em uma live pelas redes sociais. "A gente só não pode desistir".

Régis trabalhava cerca de dez horas por dia na venda de pipocas na porta de escola e nas praças da cidade. Desde a suspensão das aulas, viu a renda despencar e com o decreto de isolamento social, se viu sem opção. "Não tem como entregar pipoca por delivery né".

Ganhava R$ 1300 ao mês, renda que é a única da família – vive com a mulher e as duas filhas. Durante a semana, tem alimentado as crianças com a marmita que a escola tem distribuído nos horários de merenda. No fim de semana, quando a merenda não é distribuída, conta com a solidariedade de quem o conhece.

"Não tem opção de trabalho. Eu não sei mais o que fazer. Dependo desse apoio até que as coisas voltem ao normal. Até que eu possa trabalhar de novo", diz.

Apesar do cadastro, eles ainda não tinham previsão de quando receberiam o auxílio emergencial.

Quem tem direito

Durante três meses, será concedido auxílio emergencial de R$ 600 ao trabalhador que cumpra todos estes requisitos:

ser maior de 18 anos de idade com CPF regularizado;

não ter emprego formal;

não ser titular de benefício previdenciário ou assistencial, beneficiário do seguro-desemprego ou de programa de transferência de renda federal, à exceção do Bolsa Família;

ter renda familiar mensal por pessoa de até meio salário mínimo (R$ 522,50) ou renda familiar mensal total de até três salários mínimos (R$ 3.135);

que, no ano de 2018, não tiver recebido rendimentos tributáveis acima de R$ 28.559,70 em 2018.

O auxílio será cortado caso seja constatado o descumprimento desses requisitos. O trabalhador deve exercer atividade na condição de:

microempreendedor individual (MEI);

contribuinte individual do Regime Geral de Previdência Social que trabalhe por conta própria;

trabalhador informal empregado, autônomo ou desempregado

intermitente inativo

estar inscrito no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico), até 20 de março de 2020

ou que se encaixe nos critérios de renda familiar mensal mencionados acima, desde que faça uma autodeclaração pelo site do governo.

A mulher que for mãe e chefe de família e estiver dentro dos demais critérios poderá receber R$ 1,2 mil (duas cotas) por mês.

Na renda familiar, serão considerados todos os rendimentos obtidos por todos os membros que moram na mesma residência, exceto o dinheiro do Bolsa Família.

Quem recebe outro benefício que não seja o Bolsa Família (como seguro desemprego e aposentadoria) não terá direito ao auxílio emergencial.

Nova leva de auxílio emergencial de R$ 600 começa a ser paga

Como pedir o auxílio

Os trabalhadores podem pedir das seguintes formas:

Clique aqui para fazer a inscrição pelo site: https://auxilio.caixa.gov.br/#/inicio

Clique aqui para baixar o aplicativo para celulares Android: https://play.google.com/store/apps/details?id=br.gov.caixa.auxilio

Clique aqui para baixar o aplicativo para iOS (celulares Apple): https://apps.apple.com/br/app/caixa-aux%C3%ADlio-emergencial/id1506494331

VEJA PASSO A PASSO PARA SOLICITAR O AUXÍLIO EMERGENCIAL

O aplicativo e o site devem ser usados pelos trabalhadores que forem Microempreendedores Individuais (MEIs), trabalhadores informais sem registro e contribuintes individuais do INSS.

Aqueles que já recebem o Bolsa Família ou que estão inscritos no Cadastro Único (CadÚnico) não precisam se inscrever pelo aplicativo ou site. O pagamento será feito automaticamente. (Clique aqui para ver como saber se você está no Cadastro Único).

A Caixa também disponibilizou o telefone 111 para tirar dúvidas dos trabalhadores sobre o auxílio emergencial. Não será possível se inscrever pelo telefone, apenas tirar dúvidas.

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