Guedes admite que Banco Central pode emitir moeda para financiar dívida

Guedes admite que Banco Central pode emitir moeda para financiar dívida

O ministro Paulo Guedes (Economia) admitiu pela 1ª vez que o Banco Central pode emitir moeda para combater a crise econômica provocada pela pandemia de covid-19, doença causada pelo novo coronavírus.

"Se você cair em uma situação de que inflação vai para 0% e juros colapsam e existe a armadilha da liquidez tecnicamente. O Banco Central pode, sim, emitir muita moeda e pode sim comprar a dívida interna. Se a taxa de juros for muito baixa ninguém quer comprar título longo e aí pode monetizar a dívida sem que haja impacto inflacionário. Estamos atentos a todas as possibilidades", respondeu ele a congressistas, em live nesta 5ª feira (30.abr.2020).

A ideia de "imprimir dinheiro" para combater à crise está sendo defendida pelo ex-presidente do BC e ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles, pelo ex-presidente Lula e alguns economistas.


Isolamento social

O ministro reconheceu o estado de calamidade que passa o Brasil. Pediu, no entanto, que a produção não seja totalmente paralisada. Falou que manutenção do isolamento social e a expansão dos pagamentos do coronavoucher podem levar o país à mesma situação da Venezuela. "Todo mundo com dinheiro na mão, mas a prateleira vazia. É importante que produção exista", afirmou.

Governos estaduais

O ministro defendeu que os governos estaduais não usem os recursos transferidos pelo governo federal para aumentar o salário dos servidores públicos. Segundo ele, isso seria uma "traição" com o povo brasileiro.

"Nós sabemos que o mundo espera que as reformas prossigam e que a gente tenha austeridade do ponto de vista de entender que em uma crise não pode faltar dinheiro para a saúde. Temos que ter senso de responsabilidade. Isso não pode virar 1 oportunismo político. Não pode virar uma farra eleitoral", declarou.

Guedes negociou com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, a aprovação de 1 plano de congelamento dos salários dos servidores públicos por 18 meses.