Enem mantém calendário e abre inscrições em meio a pandemia de coronavírus

Enem mantém calendário e abre inscrições em meio a pandemia de coronavírus

O ministro da Educação, Abraham Weintraub, é contra o adiamento – cabe a ele a decisão sobre alterar ou não o calendário.

Weintraub, que em abril completou um ano no cargo com um histórico maior de polêmicas do que de projetos executados, já teve sua suas ações examinadas pelo Conselho de Ética da Presidência, é alvo de processos judiciais e precisou ir ao Congresso explicar o bloqueio de R$ 7,3 bilhões que afetam desde o ensino básico até a pós-graduação.

Para o ministro, adiar o Enem é um desejo de políticos de esquerda que desejam "acabar com as expectativas de 5 milhões de brasileiros". A afirmação não alude ao fato de ele ter recebido pedidos de revisão do cronograma do Consed (órgão que representa os secretários estaduais de Educação) e do CNE (Conselho Nacional de Educação), que sugeriu que a definição do calendário leve em consideração a interrupção das aulas.

Uma das principais preocupações quanto a manter a data da prova é a possibilidade de agravamento das desigualdades educacionais, impedindo os mais pobres de acessarem o ensino superior.

As aulas presenciais foram suspensas há quase dois meses no país todo para tentar conter a disseminação do novo coronavírus.

Só no final de abril, alguns estados retomaram o cronograma em suas redes públicas por meio de teleaulas, o que já tropeça na dificuldade de acesso para aqueles que têm limitações de acesso ao serviço de internet. Enquanto isso, na rede particular, apesar dos tropeços com o ensino à distância o conteúdo continuou sendo ministrado.

Em São Paulo, são cerca de 3,5 milhões de alunos da rede pública estadual estão estudando em casa. O governo começou a distribuir no fim de abril kits de escolares com apostilas de português e matemática, gibis, livros paradidáticos e um manual para orientar os familiares, além de oferecer aulas pela TV, mas o sistema tem esbarrado em limitações.