Fake news sobre Covid-19 produzida por grupos antivacina saltam 383%, diz estudo

Fake news sobre Covid-19 produzida por grupos antivacina saltam 383%, diz estudo

A maior parte das publicações antivacina são imagens (39,3%), seguida de vídeos (31,6%), links (26,5%) e outros (2,6%). Além disso, pelo menos 35% das publicações analisadas pelos pesquisadores são importadas, ou seja, estavam em lingua estrangeira ou foram traduzidas. Os idiomas com maior capilaridade no Brasil são inglês, espanhol, italiano e russo.

Os temas vão de teorias conspiratórias à possibilidade de as vacinas causarem abortos.

Um segundo estudo, este global e realizado pela Avaaz, uma rede de mobilização social, estudou como o algoritmo do Facebook facilita a disseminação de informações falsas ou distorcidas por grupos antivacina no mundo e concluiu que, no último ano, essas publicações alcançaram 3,8 bilhões de visualizações em apenas cinco países (EUA, Reino Unido, França, Alemanha e Itália).

Do total de conteúdos analisados, cerca de 30% era sobre eventuais vacinas contra Covid-19.

Ainda de acordo com a publicação, os dez maiores sites que promovem desinformação no mundo tiveram, também no último ano, quatro vezes mais visualizações no Facebook do que as dez principais páginas de instituições de saúde, como a OMS (Organização Mundial da Saúde) e o CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças).

"A Avaaz identificou que a maioria das informações falsas sobre saúde analisadas não tinha nenhum alerta do Facebook, apesar de aqueles conteúdos terem sido verificados por instituições independentes de prestígio", diz o comunicado.

Embora os estudos abordem recortes diferentes de um tema amplo, ambas as conclusões das pesquisas apontam que as redes de desinformação se propagam mais do que a informação científica.

Preocupados com os resultados, os pesquisadores da Avaaz e da USP se uniram e demandam revisões do PL 2.630/2020, o projeto de lei de combate às fake kews. O texto do projeto, de acordo com o comunicado emitido em conjunto pesquisadores, pede mais formas de reparação além da compensação monetária, como direito de resposta, retratação e distribuição de informação.

Os pesquisadores ainda sugerem que as plataformas sejam obrigadas a operar a retratação ou correção das informações. Medida que um outro estudo, também realizado pela Avaaz, indica ser eficaz na redução da crença de pessoas em conteúdos desinformativos em 50%, podendo chegar à 61%.

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