O resultado do encontro, porém, frustrou as expectativas: após uma série de votações, os experts concluíram que ainda não se sentem convencidos sobre a eficácia do tratamento e não acham que existem evidências suficientes para liberar seu uso.
A decisão, porém, ainda não é definitiva: o FDA voltará a debater o tema em março de 2021, quando finalmente baterá o martelo. Mas, pelos resultados da reunião recente, a tendência é que a medicação seja reprovada e precise passar por novos testes antes de receber o sinal verde.
Marasmo total
Uma notícia positiva sobre o aducanumabe era aguardada com grande expectativa — afinal, a última aprovação de um tratamento contra o Alzheimer aconteceu em 2003, há 17 anos, quando um fármaco chamado memantina chegou ao mercado.
De lá para cá, mais de 240 moléculas diferentes foram testadas, mas nenhuma se mostrou segura e eficaz. A taxa de fracasso supera os 99% e é a maior de todas as especialidades médicas — a título de comparação, na área da oncologia, cerca de 80% das terapias falham durante os testes clínicos.
Para completar o cenário, estima-se que 45 milhões de pessoas tenham algum tipo de demência no mundo (2 milhões delas no Brasil). Com o envelhecimento da população em vários países, esse número deve duplicar a cada 20 anos.
Os tratamentos atuais ajudam a controlar alguns sintomas e até atrasam um pouco a progressão da doença, mas eles se tornam ineficazes nos casos mais graves e avançados.
Mas, afinal, por que é tão difícil criar novos tratamentos contra o Alzheimer? Há uma série de obstáculos e entraves nessa história. E o próprio aducanumabe é um exemplo para ilustrar essa busca infrutífera dos últimos anos.
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