Polícia investiga possível falha humana em acidente que matou 41 no interior de SP
A policial disse ainda trabalhar com a possibilidade de homicídio culposo (sem intenção), com base nos elementos levantados pela investigação até o momento. "Apuramos se o ônibus estava acima da velocidade, mas para termos convicção, precisamos de provas documentadas", explicou.
A suspeita de que o coletivo estava acima da velocidade é embasada em depoimentos colhidos informalmente até agora pela polícia com sobreviventes, inclusive o motorista do ônibus.
Para constatar sobre as investigações, a polícia aguarda resultados de exames periciais, feitos no tacógrafo de ambos os veículos envolvidos na colisão.
Além disso, a Polícia Científica avalia as marcas de pneus deixadas no asfalto, após o acidente. "Uma certeza que temos é a de que o ônibus invadiu a pista contrária. Falta agora saber as circunstâncias em que isso aconteceu", acrescentou a delegada seccional.
Segundo ela, há duas versões sobre o acidente. Em uma delas, o motorista do ônibus alega que iria fazer uma manobra de ultrapassagem e tentou frear sem sucesso, pelo fato de os freios do veículo terem falhado.
Já a outra versão é a de um caminhoneiro que trafegava em baixa velocidade em frente ao ônibus onde estavam as vítimas. Em uma curva, o condutor deste caminhão afirma ter ouvido o barulho da colisão, logo atrás dele, com a outra carreta.
"Com base nos resultados da perícia saberemos se algum dos motoristas teve culpa", acrescentou a delegada se referindo aos condutores dos dois veículos envolvidos no acidente.
A policial acrescentou que o motorista do caminhão envolvido no acidente tinha CNH (Carteira Nacional de Habilitação), mas não era habilitado para dirigir veículos de grande porte. Ele está entre os mortos do acidente.
O ônibus que se envolveu no acidente não possuía registro para o transporte de passageiros, acumulou infrações recentemente e rodava ilegalmente havia mais de um ano. O veículo levava funcionários de uma indústria têxtil.
De acordo com a Artesp (Agência de Transporte do Estado de São Paulo), a empresa Star Fretamento e Locação Eireli EPP, responsável pelo ônibus envolvido no acidente, não possuía o registro e operava de maneira ilegal desde 11 de outubro de 2019. A reportagem não conseguiu contato com responsáveis pela empresa.
O acidente foi um dos mais graves já registrados em rodovias no estado.
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