"CovidFest" lota Ipanema e não esvazia nem com chegada da PM
Cenas na areia de Ipanema abarrotada de jovens, numa festa que começou na tarde de quarta-feira (30) e varou a madrugada, fizeram da praia carioca o novo símbolo do descaso com a segunda onda de Covid-19 num Brasil que beira as 200 mil mortes pelo vírus.
Ipanema neste momento pic.twitter.com/clLNO1bF4b
— celsodossi (@celsodossi) December 31, 2020
Os vídeos espraiados por redes socais foram capturados na altura da rua Farme de Amoedo, point LGBTI do Rio de Janeiro. “Olha como está a praia. Simplesmente lotado uma hora dessa. Não tem mais festa, mas elas não deitam”, diz um rapaz numa gravação que mostra centenas de homens, a maioria só de sunga, no lusco-fusco. Não há ninguém com máscara.
Em outro vídeo, com o sol ainda a pino, há um ou outro com algum tipo de cobertura na cabeça: bonés e chapéus de palha. De novo, zero máscara.
Essa foi apenas uma das festas ilegais que tomaram a orla da cidade, bloqueada para o Réveillon como forma de mitigar aglomerações. Nas redes, celebrações ganharam o irônico título de CovidFest.
“Somos uma tragédia ambulante”, escreveu um internauta ao comentar as imagens que viralizaram de pessoas dançando e bebendo em Ipanema.
“Juro que quando vi os vídeos que estão circulando enxerguei um cemitério com vários túmulos amontoados”, disse outro rapaz.
A Polícia Militar diz estar “desempenhando esforços para atuar nesse complexo momento e conscientizar a população sobre as regras previstas nos decretos da pandemia”. Não sabe quantificar quantos eventos do tipo foram desbaratados pelos policiais.
A PM atuou em Ipanema, mas, mesmo após interromper a festança, muitos homens continuaram na areia e no calçadão.
A Prefeitura do Rio diz que intensificou a fiscalização para a manhã desta quinta-feira (31) e a noite da virada.
O município chegou nesta quarta a 14.743 mortos por Covid-19. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, a taxa de ocupação na UTI do SUS para pacientes com o vírus (que inclui leitos de unidades municipais, estaduais e federais) é de 92%.