Países da América Latina e Ásia autorizam compra de vacina contra Covid-19 por empresas, mas falta estoque

Países da América Latina e Ásia autorizam compra de vacina contra Covid-19 por empresas, mas falta estoque

O México liberou empresas e estados a comprarem as vacinas na terça-feira (26). O presidente do país, Andrés Manuel López Obrador, havia sinalizado ainda em dezembro que poderia autorizar as empresas a buscarem as imunizações, segundo a imprensa local.

Representantes do setor privado mexicano reconheceram que a medida não deverá trazer resultados no curto prazo, uma vez que as doses de vacinas dos laboratórios que possuem liberação para aplicar o imunizante estão comprometidas pelo ano de 2021. Segundo a revista Expansión Política, o setor espera que as negociações ganhem velocidade somente a partir do segundo semestre deste ano.

Colômbia, Guatemala e Costa Rica também permitiram a compra pelas empresas. Na Costa Rica, que divulgou a autorização nesta sexta-feira (29), segundo o jornal El Financiero, as farmacêuticas que desejarem negociar com o setor privado do país poderão contar com o processo abreviado, semelhante à submissão contínua instituída pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para acelerar a liberação do imunizante.

Ainda em dezembro de 2020, o jornal britânico Financial Times havia informado que a vacina estaria disponível no setor privado da Índia. De acordo com o jornal The Times of India, o diretor do Instituto Serum –um dos maiores fabricantes de vacinas do mundo, também responsável pela produção indiana da Covishield– afirmou que empresas e hospitais privados poderiam ter acesso ao imunizante até o mês de março.

Foto: Agência Brasil

Em meados de janeiro, a Tailândia passou a permitir a compra dos imunizantes por empresas. Segundo a imprensa local, clínicas particulares já reservam doses da Coronavac, ainda não liberada para uso pela autoridade sanitária do país. As vacinações na Tailândia devem iniciar em fevereiro.

Na Ásia, Paquistão e Malásia também autorizam a compra das vacinas pelo setor privado. Em todos os países, as vacinas precisam primeiro do aval da agência regulatória local antes de serem distribuídas à população.

Em geral, os governos priorizam uma vacinação universal e gratuita, seguindo a ordem dos chamados grupos prioritários, com trabalhadores da saúde e pessoas mais velhas recebendo a imunização primeiro. A distribuição das vacinas é lenta, pois os estoques são limitados. Até a quinta-feira (28), pouco mais de 86 milhões de doses da vacina haviam sido aplicadas no mundo todo. A população mundial é estimada em cerca de 7,8 bilhões de pessoas, segundo a ONU (Organização das Nações Unidas).

A capacidade de produção das farmacêuticas que têm vacinas na fase final de desenvolvimento ou já aprovadas por alguma agência regulatória mostra que a liberação das compras pelo setor privado tem poucas chances de acelerar as campanhas de vacinação pelo mundo.