Por que vários países europeus não querem dar vacina de Oxford para idosos

Por que vários países europeus não querem dar vacina de Oxford para idosos

 

Ele acrescentou que “os primeiros resultados que temos não são encorajadores para pessoas de 60 a 65 anos em relação à AstraZeneca”.

Mas o governo do Reino Unido e o órgão regulador de saúde britânico discordam veementemente.

Então, quais são as evidências sobre a vacina AstraZeneca (AZ) em idosos?

Na esteira dos comentários de Macron, a Autoridade de Saúde da França fez uma recomendação oficial em 2 de fevereiro de que a vacina não deveria ser usada por pessoas com mais de 65 anos. O órgão disse que mais estudos eram necessários de o imunizante ser implementado em grupos de idade mais avançada.

Outros países europeus adotaram posição semelhante: Alemanha, Áustria, Suécia e Polônia apenas recomendam para menores de 65 anos, e Itália e Bélgica para menores de 55 anos.

Mas o Reino Unido e vários outros países, incluindo Brasil, Índia, México e Argentina, aprovaram seu uso para todas as faixas etárias.

“As evidências atuais não sugerem nenhuma falta de proteção contra a covid-19 em pessoas com 65 anos ou mais que receberam a vacina AstraZeneca”, disse a executiva-chefe da Agência Reguladora de Medicamentos e Produtos de Saúde (MHRA) do Reino Unido, June Raine, por meio de um comunicado.

“Os dados que temos mostram que a vacina produz uma forte resposta imunológica em pessoas com mais de 65 anos e que é segura.”

Em nota, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), responsável pela importação e pela fabricação da vacina Oxford-AstraZeneca no Brasil, afirmou que “as evidências apresentadas até o momento e publicadas em revistas científicas especializadas confirmam a segurança e a imunogenicidade (produção de anticorpos) da vacina Oxford-AstraZeneca em idosos”.

Além disso, a Fiocruz diz que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) apontou que o número de participantes com 65 anos ou mais “é ainda pequeno e a estimativa de eficácia não tem ainda significância estatística”, mas que estudos em andamento devem ser disponibilizados em breve com esses dados consolidados. E reitera: “As evidências apresentadas já confirmam a segurança e a imunogenicidade (produção de anticorpos) da vacina para idosos”.

O que as evidências mostram?

Em última análise, as decisões se resumem às interpretações individuais dos dados disponíveis.

Durante os ensaios clínicos, as vacinas são administradas a milhares de pessoas de diferentes grupos etários, etnias e condições de saúde.

Outros recebem um placebo – que é efetivamente um injeção que não contém vacina – para comparação.

Os cientistas então esperam que um certo número de participantes contraia o vírus para ver quem foi infectado. Se a maioria deles for do grupo que recebeu o placebo, isso sugere que a vacina é eficaz.

O problema, para alguns reguladores europeus, é que eles acham que poucos participantes do ensaio com mais de 65 anos contraíram o vírus para tirar conclusões sobre a eficácia da vacina. Isso ocorre porque apenas duas das 660 pessoas nessa faixa etária foram infectadas.

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