Com receio da pandemia, países da América do Sul enfrentam dificuldades para reabrir escolas

Com receio da pandemia, países da América do Sul enfrentam dificuldades para reabrir escolas

 

No Rio, porém, apenas 38 escolas da rede municipal foram autorizadas a receber alunos, por serem as únicas com as infraestruturas de higiene e espaço em dia.

A suspensão das aulas presenciais também afetou a qualidade da educação de um continente que já apresentava fortes desigualdades. “Meus filhos foram aprovados, porque não havia muita opção, mas a aprendizagem não teve a mesma qualidade do que teria se estivessem frequentando a escola”, relata Vânia Ribeiro, uma empregada doméstica com dois filhos adolescentes que estudam em uma escola estadual do interior do Rio de Janeiro.

Argentina

Já na Argentina, as aulas presenciais de 2020 foram suspensas apenas uma semana após o início. Era 15 de março, e a pandemia já chegava em grande parte do mundo nas primeiras etapas de uma crise mundial que, em maio, chegaria a deixar 1,2 bilhão de estudantes fora da sala de aula, segundo dados da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Mais de 160 milhões deles estão na região da América Latina e Caribe.

Na semana passada, algumas escolas argentinas iniciaram um plano de retorno gradual às aulas, que deve ser concluído em 8 de março. Mas o temor continua presente neste país que conta 51.100 mortes por coronavírus e mais de 2 milhões de casos.

Chile

A situação no Chile não é muito diferente. O conselho de professores chileno pediu para adiar o início das aulas presenciais para 15 de abril, quando a campanha de vacinação em massa já estiver mais avançada.

No entanto, a data de início se mantém em 1º de março, quando cerca de 9 mil colégios – 1.600 deles privados – devem começar o ano letivo sob um modelo híbrido de aulas presenciais, que até o momento são voluntárias, e virtuais.

Uruguai

Mais ambicioso é o objetivo do Uruguai, onde em 1º março começa o ano letivo com presença obrigatória para os alunos da rede pública, apesar dos receios dos sindicatos de professores.

Elogiado por suas baixas taxas de contágio na primeira onda, o pequeno país sul-americano chegou a retomar as aulas presenciais voluntariamente desde junho passado, mas muitos pais continuaram optando pelo modo virtual.

Colômbia

Em um caminho parecido está a Colômbia, onde o Ministério da Educação calcula que hoje há aulas presenciais em 60% do país. Este regresso paulatino, que combina aulas físicas e virtuais para quem assim desejar, começou em setembro. Foi interrompido, porém, devido ao aumento de casos registrado em dezembro e janeiro em algumas regiões do país.

Equador

Enquanto isso, no Equador, onde as aulas presenciais estão há quase um ano suspensas para 4,1 milhões de estudantes, o que preocupa é especialmente a situação de mais de um milhão deles que não têm computador, ou acesso à Internet, em casa.

Peru

O Peru também não tem uma data marcada para o retorno físico às aulas, que começará o próximo ano letivo de forma virtual em 15 de março, à espera da evolução da pandemia.