Apesar de apoio do papa, Vaticano ainda rejeita uniões homoafetivas

“Ao quesito proposto: a Igreja dispõe do poder de abençoar as uniões de pessoas do mesmo sexo? Responde-se: negativamente”, diz o texto, assinado pelo cardeal e jesuíta espanhol Luis Francisco Ladaria Ferrer, prefeito da congregação e professor da Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma.

O documento é datado de 22 de fevereiro deste ano.

União entre pessoas do mesmo sexo é apoiada pelo Papa. Foto: Papa Francisco / Divulgação

Mais antiga entre as atuais nove congregações da Cúria Romana, a CDF é a sucessora do Tribunal da Inquisição ou o Santo Ofício, a temida instituição que perseguia aqueles considerados hereges — em muitos casos os condenando à morte — e que durou até o século 19. Dentro da organização do Vaticano, uma congregação é como se fosse um ministério. Cada qual é gerida por um cardeal, chamado de prefeito e cuja prerrogativa de nomeação cabe ao sumo pontífice.

“É mais correto falar que é o ex-Santo Ofício”, define a vaticanista Mirticeli Medeiros, pesquisadora de história do catolicismo na Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma. “É um herdeiro "direto", digamos assim, mas a linha de ação é diferente. Não temos mais a prática inquisitorial, não temos mais um índice de livros proibidos, como naquele período.”

“A Doutrina da Fé é a continuação da Inquisição? Sim e não. É um pouco porque é a mesma instituição, digamos, historicamente. Então tem essa raiz, essa ligação com aquilo que foi no passado. E a Igreja não nega isso”, pontua o vaticanista Filipe Domingues, doutor pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma. “Mas não é a mesma coisa mais. Não é justa essa constante comparação da CDF como ela é hoje com aquela instituição do passado.”

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