Alemanha suspende vacina de Oxford para pessoas com até 59 anos

Alemanha suspende vacina de Oxford para pessoas com até 59 anos

 

Após o endosso da EMA, 19 de 21 países que haviam interrompido o uso do imunizante voltaram a aplicá-lo – a Alemanha se junta agora a outros 3 que impuseram uma idade mínima: Finlândia, Suécia e França. Dinamarca e Noruega ainda mantêm a suspensão enquanto estudam os efeitos colaterais do produto.

Em entrevista após o anúncio alemão, a premiê Angela Merkel afirmou que os casos suspeitos de efeito colateral precisavam ser levados a sério e não poderiam ser “varridos para debaixo do tapete”.

O ministro da Saúde, Jens Spahn, afirmou que a vacina da AstraZeneca é “muito eficaz” e continuará sendo usada em maiores de 60 anos, que terão sua vez antecipada –no momento, o país está vacinando maiores de 70 anos.

Spahn disse, porém, que lamentava que o imunizante “aparentemente apresente um risco elevado para uma determinada faixa etária” –embora os casos relatados sejam muito raros em comparação com o número de vacinados, segundo a EMA.

A principal agência de vacinação da Alemanha, o Instituto Paul Ehrlich, relatou 31 casos de um raro coágulo de sangue no cérebro entre 2,3 milhões de pessoas que receberam a vacina AstraZeneca. Nove deles morreram.

Todos, exceto dois dos 31 casos, foram relatados em mulheres com idades entre 20 e 63 anos. Os dois homens tinham 36 e 57 anos. Embora o número de casos entre mulheres seja mais alto, a suspensão atinge também os homens.

A Stiko deve decidir nas próximas semanas como fica o caso de quem já recebeu a primeira dose da vacina e tem até 59 anos. Uma opção é que a segunda dose seja dadaF com outro imunizante.

Segundo a AstraZeneca, o produto é recomendado por autoridades de saúde do Reino Unido e da OMS (Organização Mundial de Saúde), além da EMA, para todas as faixas etárias.

A empresa afirmou que continua suas pesquisas para entender se há relação entre os coágulos raros e o imunizante.

No Brasil, onde a vacina da AstraZeneca é o principal imunizante do governo federal, os eventos adversos considerados graves registrados no primeiro mês de campanha de vacinação representam 0,007% das doses aplicadas no período, segundo relatório divulgado pelo Ministério da Saúde. Até agora não há confirmação de que eles tenham relação com os imunizantes.

A grande maioria é de efeitos sem gravidade, como dor de cabeça, dor em geral e dor muscular (mialgia), além de febre, náusea e diarreia. Segundo o presidente do departamento de imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), Renato Kfouri, por se tratar de vacinas em uso há pouco tempo, é preciso investigar os casos de maneira cuidadosa, mas nunca houve associação de eventos tromboembólicos com vacinas.