Anvisa nega pedido do Ministério da Saúde para importação da Covaxin

Anvisa nega pedido do Ministério da Saúde para importação da Covaxin

 

Entre esses itens em falta, estavam dados técnicos sobre a vacina, certificado de liberação dos lotes importados e licença de importação.

Segundo o relator da proposta, diretor Alex Machado Campos, havia divergência também quanto à quantidade de doses e prazo de validade dos produtos.

“O importador não cumpriu os requisitos mínimos”, disse ele, que frisou que “é rotina da Anvisa deferir ou indeferir pedidos” e que a posição pode ser reavaliada em novos pedidos, caso os dados sejam apresentados.

A posição foi seguida por outros diretores. “Os elementos demonstram que não há possibilidade de aprovação”, disse a diretora Meiruze Freitas.

“Quero deixar claro que não há juízo de valores para a empresa, que está na área desde 1996. Esperamos realmente a adequação para que haja mais um portfólio de vacina mundial”, disse.

Ao longo do processo, a agência pediu reuniões com o ministério, mas ainda assim não obteve todos os dados necessários.

Esse é o segundo revés sofrido nesta semana ligada à previsão de fornecimento da vacina Covaxin.

Na terça (30), a agência negou um pedido de certificado de boas práticas de fabricação que havia sido feito pela Precisa, relativo à Bharat Biotech. A decisão ocorreu após inspeção de fábrica na Índia feita por equipes da Anvisa no início de março e análise de documentos.

As medidas indicam um atraso no cronograma previsto pelo Ministério da Saúde para fornecimento das doses -que ainda precisam de aval para uso emergencial.

Em nota, a Anvisa informou nesta terça que o plano de ação enviado pela empresa “não era suficiente para mitigar todos os riscos envolvidos na fabricação da vacina no curto prazo”. Por isso, negou o pedido do certificado.

A agência diz ainda que encontrou diferentes “não conformidades” na inspeção, “sendo três críticas, 12 maiores e 14 menores, que, em conjunto, denotam um risco significativo à fabricação e garantia de qualidade do produto, implicando em risco sanitário aos usuários”.

Após a divulgação da negativa do certificado, a Precisa informou que iria recorrer da decisão, “apresentando novamente todos os prazos de ajustes revisados e as evidências de todos os processos adequados já realizados para a obtenção do certificado”.

Atualmente, a Covaxin é usada na Índia e em outros quatro países (Irã, Mianmar, Guiana, Zimbábue e Ilhas Maurício). A vacina apresentou, em dados preliminares, eficácia de 80,6% em testes clínicos da fase 3.