Presidente de Israel indica Netanyahu para tentar formar governo, mas aposta em nova eleição

Presidente de Israel indica Netanyahu para tentar formar governo, mas aposta em nova eleição

Abbas é uma exceção à postura política de outras lideranças árabes e, anteriormente, deu sinais de que está disposto a trabalhar com o Likud ou outros partidos de direita, desde que essa aliança se traduza em ganhos sociais para a parcela que representa. Historicamente, os árabes têm pouca ou nenhuma liderança política na administração de Israel, embora correspondam a mais de 20% da população.

Lideranças mais conservadoras, tanto entre os apoiadores de Netanyahu quanto entre os de Lapid, opõem-se à adesão da Lista Árabe Unida, a quem apontam como antissionista e ligada a facções terroristas.
Parte dessas acusações, entretanto, está pautada em preconceitos históricos contra os árabes, como os expressos pelo ultradireitista Bezalel Smotrich, líder do Sionismo Religioso. Abertamente racista e homofóbico, Smotrich defende políticas de segregação entre árabes e judeus e deu sinais de que poderia deixar a coalizão em torno de Netanyahu caso ele aceitasse o apoio dos árabes.

O cenário, portanto, é de um profundo impasse político. Para garantir a formação de um novo governo sob sua gestão, Netanyahu terá 28 dias –prorrogáveis por mais 14, caso Rivlin considere necessário– para tentar movimentar as peças a seu favor e totalizar 61 assentos, maioria simples no Knesset.
Se isso não acontecer, o presidente terá duas opções: indicar um novo nome para tentar formar maioria (durante outros 42 dias) ou dar um prazo de três semanas para que oParlamento se articule para criar um consenso.
Conforme seu discurso nesta terça, Rivlin está mais inclinado à segunda opção. Se ela falhar, o Parlamento será automaticamente dissolvido e os israelenses terão que ir novamente às urnas –o que seria a quinta eleição legislativa em pouco mais de dois anos.