Na pandemia, traficantes de pessoas ampliaram seus "negócios" on-line

Na pandemia, traficantes de pessoas ampliaram seus

Esta constatação foi apontada nos relatórios Global Report on Trafficking in Persons 2020, do Escritório de Drogas e Crimes da ONU (UNODC), e The Challenges of Countering Human Trafficking in The Digital Era, da Europol, a agência de aplicação da lei da União Europeia. De acordo com as organizações, a máfia encontrou nas plataformas digitais um “novo modelo de negócios”.

Uma vez que fronteiras foram fechadas e houve a imposição de diversas outras restrições de mobilidade para conter o coronavírus, as organizações identificaram que o ciberespaço poderia facilitar a atuação dos traficantes de pessoas. Antes, as quadrilhas precisavam exercer controle físico e monopólio sobre bairros específicos de cidades, e, consequentemente, criar uma rede de membros para gerenciar os seus negócios. Agora, on-line, eles não necessitam de uma grande infraestrutura física e contam com mão de obra reduzida.

Segundo a ONU, um traficante, trabalhando sozinho, consegue explorar sexualmente e conectar uma vítima a mais de 100 compradores de sexo, em um período de 60 dias, usando propaganda on-line. Para isso, os criminosos se utilizam do que tem sido chamado de “casas de cibersexo”. Um canal on-line, criptografado, onde realizam streaming de sexo ao vivo e disponibilizam os meios de acesso aos usuários pagantes.

Para a promotora de Justiça do Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul e autora do livro Perversão, Pornografia e Sexualidade: Reflexos No Direito Criminal Informático, Ana Lara Camargo de Castro, a internet alterou a sexualidade humana e, com isso, contribuiu para o avanço deste tipo de fenômeno em plataformas on-line.

“A internet mudou o perfil de desejo dentro das relações humanas. Ela causa um efeito no cérebro, similar aos efeitos de um vício. E as imagens, disponibilizadas 24h por dia, precisam ser alteradas, porque deixam de bastar para aquele consumidor. E isso tem um grande impacto na maneira como ascenderam as organizações criminosas nas plataformas digitais”, explicou a promotora.

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