Colisão entre trens de passageiros deixa ao menos 36 mortos no Paquistão
Segundo o Ministério da Informação paquistanês, os dois acidentes ocorreram com uma diferença de poucos minutos. Imagens de veículos de comunicação locais mostraram uma multidão ao redor dos trens tentando ajudar no resgate dos sobreviventes presos nos vagões.
Próximos à ferrovia, dezenas de corpos das vítimas foram colocados lado a lado e cobertos com lençóis. Equipes de resgate pediram que as autoridades providenciassem equipamentos especializados. A tarefa, no entanto, foi dificultada pelo fato de que os acidentes aconteceram em uma área remota da província, em um trecho da ferrovia que cruza grandes propriedades de terra.
Acidentes ferroviários são relativamente comuns no Paquistão, que herdou milhares de quilômetros de trilhos e trens de sua época como colônia britânica. A rede ferroviária está em declínio há décadas devido a fatores como corrupção, má gestão e falta de investimento.
Mais de 300 pessoas morreram e 700 ficaram feridas em 1990, quando um trem de 16 vagões com excesso de peso colidiu com um trem de carga estacionado perto da cidade de Sukkur.
Em 2005, no mesmo distrito do acidente desta segunda, cerca de 130 pessoas morreram quando um trem de passageiros lotado colidiu com outro em uma estação e um terceiro trem atingiu os destroços.
Mais recentemente, em outubro de 2019, pelo menos 75 pessoas morreram em um incêndio no trem que viajava de Karachi para Rawalpindi.
Sucessivos governos vêm tentando garantir fundos para implementar melhorias no sistema há anos.
Recentemente, as autoridades paquistanesas têm esperado que a China ajude a financiar o trabalho na rede como parte da Iniciativa do Cinturão e da Rota (ou BRI, sigla para Belt and Road Initiative), projeto que financia a construção de estradas, pontes, portos e outras estruturas em países do exterior.
Em uma publicação no Twitter, o primeiro-ministro do Paquistão, Imran Khan, expressou solidariedade às vítimas e a seus familiares, disse que ficou “chocado com o acidente horrível” e que ordenou uma “investigação abrangente para identificar defeitos no sistema de segurança ferroviário”.