Morre Luc Montagnier, Nobel de Medicina que descobriu vírus da Aids

Morre Luc Montagnier, Nobel de Medicina que descobriu vírus da Aids

Antivacina

Há vários anos, desde que passou a propagar teses antivacinas, Montagnier é alvo de críticas e protestos de seus pares. Em 2017, a imprensa francesa já falava no “naufrágio científico” de Montagnier. Na época, ele lançou uma campanha ao lado de um colega que tinha sido excluído da Ordem dos Médicos, o professor Henri Joyeux, por comentários contra a vacinação infantil.

Em uma apresentação, em Paris, Montagnier disse que a imunização preventiva para evitar doenças infectocontagiosas “era um veneno para as gerações futuras”. Fato raro na profissão, 106 membros da Academia Francesa de Medicina publicaram uma carta aberta se posicionando contra o vencedor do Nobel e reafirmando os amplos benefícios da vacinação.

Mesmo em sua área de pesquisa, Montagnier já fez declarações controvertidas. Em 2009, ele disse num documentário que era possível se expor várias vezes ao vírus HIV, que provoca a Aids, sem ser infectado de forma crônica.

Trajetória

Luc Montagnier nasceu em 18 de agosto de 1932 em Chabris, na França. Ele foi nomeado assistente na Faculdade de Ciências de Paris em 1955, antes de concentrar sua pesquisa em vírus animais, em particular aqueles cujo patrimônio genético consiste em RNA e em links que possam existir entre esses vírus e processos cancerígenos.

Em 1972 criou a unidade de oncologia viral no novo departamento de virologia do Institut Pasteur em Paris. Em 1983, ele descobriu, com seus colaboradores Jean-Claude Chermann e Françoise Barré-Sinoussi, o HIV.