Polícia Militar de SP apreende quase R$ 500 mil de irmão de Davi Alcolumbre

“É atípico o transporte de valores dessa magnitude e da maneira como ocorreu, porém, frisa-se que tal ato não necessariamente torna a conduta ilegal, mas demanda análise mais detida e acurada a respeito da origem do numerário. Deste modo, buscando a total lisura nos procedimentos de Polícia Judiciária, procedeu-se a formal apreensão dos valores e havendo demonstração de licitude, serão prontamente devolvidos a quem de direito como medida de rigor”, registra trecho do b.o.

A abordagem foi realizada pela equipe policial da 1ª Companhia do 9º Batalhão de Polícia Militar, que estava em uma operação de bloqueio quando o veículo conduzido por Sérgio, ao avistar as viaturas, parou, desligou os faróis e deu marcha ré. Os agentes acompanharam o carro e, ao se aproximarem o veículo, observaram que o motorista estava retirando duas bolsas de viagem do interior do automóvel. O dinheiro do irmão de Alcolumbre estava acondicionado em tais malas.

Foto: Reprodução

Já durante a abordagem, os policiais questionaram o motorista sobre a procedência do dinheiro. Sergio disse trabalhar como motorista de aplicativo e relatou que havia sido contratado por um advogado "que representa um grupo de empresários que financiam campanhas políticas". De acordo com os policiais, o motorista também afirmou que guardaria o dinheiro em sua casa, até que recebesse novas instruções da pessoa que o contratou.

O boletim de ocorrência narra ainda que, durante a abordagem, Alberto se aproximou do local, acenando para Sérgio, o que levou os policiais a questionarem o irmão de Alcolumbre. Alberto relatou que o dinheiro era referente ao pagamento de um advogado que havia contratado, que, por sua vez, enviou o motorista de aplicativo para pegar as bolsas com o montante.

COM A PALAVRA, ALBERTO ALCOLUMBRE

À Polícia, o irmão de Davi Alcolumbre reconheceu que a quantia lhe pertence e alegou que o montante era referente ao pagamento de um estudo jurídico que ele havia contratado. O termo de declarações obtido pelo Estadão registra que, segundo Alberto, Sérgio seria um "motorista de confiança" do advogado que realizaria tal estudo, Felipe Antonioli.

Alberto sustentou que a quantia é "fruto de seu trabalho como advogado", bem como de "transações comerciais particulares que realiza, dentre elas, a compra e venda de automóveis". A entrega do dinheiro à Sérgio foi combinada nas proximidades do Sambódromo do Anhembi porque Alberto participava de uma feira de acessórios automobilísticos que acontecia no local.

O irmão de Alcolumbre relatou à polícia que, após entregar o dinheiro e Sérgio "seguir seu rumo". Ao ver que o motorista foi abordado pelos policiais, se dirigiu até o local e passou a ser questionado pelos agentes, registra ainda seu termo de depoimento.

Alberto diz que tem como comprovar a procedência do dinheiro e o fará por meio de seu advogado ainda nesta sexta-feira, 25.