Adrilles Jorge é denunciado pelo Ministério Público, que acusa gesto nazista
O comentarista da Jovem Pan Adrilles Jorge foi denunciado à Justiça pelo Ministério Público de São Paulo por ter feito um gesto, durante programa de TV, considerado pelo órgão como alusão ao nazismo.
A denúncia, feita pelo Grupo Especial de Combate ao Crimes Raciais e de Intolerância, considerou que Adrilles fez o cumprimento conhecido como Sieg Heil após tentar comparar nazismo e comunismo.
Demitido após gesto nazista, Adrilles Jorge retorna à Jovem Pan
Segundo o MP-SP, o gesto do comentarista teve o intuito de reafirmar os seus argumentos de que o nazismo foi menos ruim historicamente do que o comunismo, “revelando, pelo gesto, a própria preferência dentre os regimes”.
Adrilles Jorge é demitido da Jovem Pan após suposta saudação nazista
Se condenado, ele pode receber uma pena de um a três anos de reclusão e multa.
“Não se trata de analisar o mérito dos argumentos do denunciado, mostrando-se irrelevante qualquer discussão ideológica no âmbito do direito penal, sendo certo que o contexto guarda relevância tão somente para evidenciar que o gesto externalizado é a saudação nazista Sieg Heil, a qual encontra subsunção penal em razão do conteúdo inerente”, diz o texto da denúncia.
Ainda de acordo com o Ministério Público, o significado do sinal “era de pleno conhecimento do ora denunciado ao tempo da conduta”.
Adrilles Jorge, 47, foi demitido em fevereiro deste ano da Jovem Pan após ter feito gesto associado ao nazismo no momento em que abordava o caso do podcaster Monark em um noticiário transmitido ao vivo. Menos de dois meses depois de ser demitido, o comentarista retornou à emissora.
Monark defendeu a existência de um partido nazista e também foi desligado do Flow Podcast.
Na ocasião, Adrilles estendeu a palma da mão para o alto em movimento similar ao Sieg Heil, uma saudação nazista usada por Adolf Hitler (1889-1945) que em alemão significa “viva a vitória”.
Em vídeo publicado na época, Adrilles disse que ele apenas queria se despedir de uma forma mais despojada.
“Não fiz nada, sou antinazista. Por outro lado, posso pedir desculpas por quem tenha se enganado com esse gesto, jamais faria um gesto a título de gracejo”, disse ele.
A Folha de S.Paulo tentou contato com Adrilles na noite desta quinta, mas não obteve resposta até a publicação deste texto.