Ronnie Lessa e delegados são alvos de operação contra jogos de azar no Rio

Ronnie Lessa e delegados são alvos de operação contra jogos de azar no Rio

Segundo a denúncia, a parceria entre Rogério de Andrade e Ronnie Lessa existe pelo menos desde 2009, quando Lessa atuava como um dos seguranças do contraventor.

Em 2018, segundo a investigação, os dois abriram uma casa de apostas na Barra da Tijuca, zona oeste, que foi fechada pela Polícia Civil no dia em que foi inaugurada. No entanto, após acordos de corrupção com policiais civis e militares, as máquinas apreendidas foram liberadas, e o local voltou a funcionar.

A operação busca cumprir 29 mandados de prisão e 119 de busca e apreensão, inclusive contra quatro bingos comandados pelo grupo. Ao todo, 30 pessoas foram alvos de denúncia pelos crimes de organização criminosa, corrupção ativa, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Ao menos 11 pessoas foram presas até o momento.

Acertos com policiais

Segundo a denúncia, os criminosos tinham acertos com agentes da Polícia Civil mediante pagamento de propina. O objetivo do acordo era garantir a proteção do bando. Já os agentes da Polícia Militar receberiam valores mensais para permitir o funcionamento das casas de aposta do grupo

Na casa da delegada Adriana Belém, foram apreendidos cerca de R$ 1,2 milhão. Ela foi titular 16ª DP, localizada na Barra da Tijuca, bairro onde Ronnie Lessa morava. A Folha ainda não localizou a defesa dela.

Segundo a denúncia, o delegado Marcos Cipriano teria intermediado um encontro entre Lessa, a delegada Belém e um inspetor de polícia que seria braço direito dela.

Na reunião, teria sido combinada a liberação de 80 máquinas caça-níqueis que foram apreendidas em casa de apostas da organização criminosa, mediante pagamento de propina.

Os promotores denunciaram também um policial civil aposentado suspeito de ser o interlocutor do bando com as delegacias. Outro alvo da denúncia é inspetor acusado de ser receptador de propinas, fazendo a ligação do dinheiro entre o bando e integrantes do alto escalão da Polícia Civil.

O grupo também é suspeito de usar a violência para garantir suas operações. De acordo com as investigações, a organização liderada por Rogério de Andrade é suspeita da praticar inúmeros homicídios.