Aldeias de terra indígena no Pará estão sob ameaça de ataques, diz Ministério Público Federal

Aldeias de terra indígena no Pará estão sob ameaça de ataques, diz Ministério Público Federal

Nesta segunda-feira (16) novos relatos chegaram ao conhecimento dos procuradores da República que acompanham o caso, em Redenção, no Pará, a cidade mais próxima das aldeias que podem ser invadidas.

De acordo com os relatos, homens não indígenas montados em cavalos cercaram ao menos uma das aldeias recém-abertas pelos parakanã, instaurando um estado de terror e medo entre os indígenas.

Os relatos são feitos por meio de áudios em que os indígenas contam terem sido avisados sobre a organização, por fazendeiros, de equipes para atacar aldeias.

O MPF informou que medidas administrativas e judiciais de proteção aos indígenas estão em curso e serão intensificadas com urgência.

A retirada dos invasores foi prevista como uma das condições prioritárias da licença ambiental para a construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, em operação desde 2019.

O MPF processa o estado brasileiro para obrigar a desintrusão (retirada) e pede à Justiça Federal que multe o governo por não cumprir as decisões judiciais.

“Conflitos com fazendeiros e grileiros são frequentes e nos últimos dois anos invasores confrontaram diversas vezes fiscais ambientais e servidores da Funai que trabalhavam na área, chegando a atirar bombas contra eles”, afirmam os procuradores.

Por causa das invasões, 17 famílias do povo parakanã decidiram abrir duas aldeias no interior do território, a Ka"a"ete e a Tekatawa, para ampliar a área de ocupação indígena e a proteção territorial. São essas aldeias que estão próximas da área de invasão, o que deixa os indígenas em situação de vulnerabilidade.

Indígenas que vivem à beira do rio Xingu, em área mais distante das invasões, estariam preparando uma expedição em direção às aldeias ameaçadas para protegê-las contra os ataques.