Marcos Mion se revolta com decisão do STJ que reduz cobertura de planos para autistas
A decisão desobriga as operadoras de planos de saúde de custear, com a possibilidade de exceções, procedimentos não incluídos na lista de cobertura estabelecida pela ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar).
Pai de Romeo, que é autista, Marcos Mion se tornou referência como ativista da causa, informa a coluna Painel, da Folha.
Veja também
Entidade avalia ir ao Supremo contra decisão do STJ sobre planos de saúde
STJ desobriga planos de saúde a cobrir procedimentos fora da lista da ANS
Mesmo sem decisão final do STJ, planos cortam terapias a autistas, e mães protestam
“Um absurdo sem tamanho que coloca em risco a vida de milhões de pessoas que dependem de um plano de saúde. Sim, a negativa de um exame, uma cirurgia, um tratamento, mata”, escreveu o apresentador.
A decisão, que afeta milhões de usuários de planos, é favorável às empresas que atuam no setor e altera um entendimento predominante há mais de duas décadas no Judiciário, a partir de demandas individuais levadas a diferentes instâncias do Judiciário contra negativas de atendimento.
A lista da ANS estabelece a cobertura assistencial a ser garantida pelos planos privados. É chamada de Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde. A primeira versão foi editada em 1998 e, desde então, sofreu atualizações para incorporar novas tecnologias em saúde.
“É muito triste. Eu me sinto revoltado. Revoltado em saber que este absurdo, que é o rol taxativo, tenha sido aprovado com seis votos no STJ”, disse Mion.
“O dinheiro venceu mais uma vez. Foi colocado acima das nossas necessidades e das nossas vidas”, afirmou.