Motoristas são flagrados abastecendo e arrancando sem pagar em postos

Motoristas são flagrados abastecendo e arrancando sem pagar em postos

“Fiquei com muito medo, a gente saiu correndo pra dentro do escritório. Tropecei, caí, quebrou meu celular, mas consegui salvar o vídeo. Quem paga o pato é o frentista”, diz ela. Muitas vezes, são eles que têm de pagar pelo prejuízo.

Adriano Felix da Silva, delegado titular da Delegacia de Roubos e Furtos de Manaus explicou que é necessário fazer um Boletim de Ocorrência para que o prejuízo não precise ser pago e para a polícia prender o infrator. O motorista do caso de Manaus acabou sendo preso e agora responde em liberdade.

Em Fortaleza (CE), um motorista que havia abastecido R$ 360 em gasolina fugiu em alta velocidade e na contramão, mas foi parado pela polícia e preso.

Rodrigo Zingales, diretor-executivo da AbriLivre (Associação Brasileira de Revendedores de Combustíveis Independentes e Livres), afirmou à TV Globo que esse problema se tornou comum com a volta à normalidade. “Durante e pós-pandemia, esse tipo de golpe aumentou consideravelmente por causa do aumento dos preços. Mais de 90% dos associados já sofreram e sofrem esse golpe com regularidade”.

Em Taubaté, no interior de São Paulo, um homem abasteceu e não pagou em três postos na mesma tarde. O delegado da Polícia Civil, Marcelo Augusto Bocado Paes, contou que o motorista e o passageiro relataram ter sido uma “brincadeira”. “O condutor e o passageiro afirmaram que estavam fazendo uma brincadeira, e que tinham dinheiro para pagar. Essa brincadeira é crime”, disse.

Ambos foram responsabilizados por furto qualificado mediante à fraude e responderão por uma pena de 2 a 8 anos.

Em Goiás (GO), uma mãe soube que o filho havia feito e o levou para pagar a dívida de R$ 325 com o posto. “A mãe retornou ao posto e falou: "Esse é meu filho, não criei filho para fazer isso e ele está aqui para pedir desculpa e pagar o que deve'”, contou Leandro Misael dos Santos, dono de um estabelecimento.

Zingales disse que a orientação, para evitar problemas como esses, é pagar primeiro e abastecer depois, mas isso não é algo que o motorista está habituado. “Cada dono de posto tem sua política, mas uma orientação mais geral é cobrar antecipado. Só que o motorista não está habituado a isso”.

Paulo Tavares, vice-presidente regional da Fecombustíveis (Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes), alertou para que os frentistas não reajam. “Pedimos sempre para que não reajam. Às vezes ele reage, tenta segurar o carro e é arrastado”.