Processo para demissão de policial que atirou em Leandro Lo da PM pode durar até 20 anos

Processo para demissão de policial que atirou em Leandro Lo da PM pode durar até 20 anos

Uma vez aberto, o procedimento possui duas fases. A primeira acontece dentro da própria PM, na qual o trio oficiais pode decidir pelo arquivamento do processo, se considerarem que a conduta de Velozo foi justificada, ou decidir pela exclusão do policial.

Concluído, o processo deve ser encaminhado para o Tribunal de Justiça Militar. “Somente o Pleno do Tribunal de Justiça Militar, composto por sete juízes, é que tem competência para julgar a conduta desse policial e dizer se esse oficial deve permanecer ou não na Polícia Militar”, explicou Campanini.

O professor explicou que, em caso de cassação do posto e da patente do tenente, isso representa, para militar da ativa, a perda da função pública, o que o exclui da corporação. É quando a decisão é encaminhada para conhecimento do governador.

“O governador não tem competência para decidir, ele só cumpre a decisão do Tribunal de Justiça Militar, após o trânsito em julgado do processo administrativo”, pontuou.

Campanini explica que o Conselho de Justificação prescreve em seis anos, desde que não se tenha um crime envolvido, caso do tenente Velozo. “Quando tem um processo administrativo que também tem um crime envolvido, a prescrição do processo administrativo se dá pela prescrição do crime, que no caso de homicídio, são 20 anos”.

“Enquanto ele sendo processado administrativamente pela instituição, o processo criminal estiver em curso ou caso ele seja condenando criminalmente, a administração ainda tem até 20 anos da data do fato para apurar a conduta dele administrativa”, detalhou o professor.

Caso Velozo seja absolvido, aí apaga-se a prescrição criminal, fixando o prazo administrativo para prescrição em seis anos.

A advogada Joice Vanessa dos Santos, que também atua na esfera militar, afirmou ter presenciado um Conselho de Justificação que levou sete anos. Joice, inclusive, é advogada de um soldado que abriu um procedimento na Justiça comum contra um ato praticado pelo tenente Velozo, que vetou a devolução da arma da corporação para ele, que passa por um processo de exoneração.

“A mídia parando de divulgar, para a pressão. Eles deixam engavetado. Se puxar o índice de oficial demitido da corporação é mínimo”, disse. Para ela, o caso envolvendo o tenente Velozo deve levar ao menos cinco anos para ser concluído.