Recenseadores do IBGE fazem ato contra demora em pagamentos do Censo e ameaçam greve

Recenseadores do IBGE sentem dificuldades para falar com moradores de Guaratuba
IBGE volta a pedir desculpas por demora em pagamento a recenseadores
Recenseadores do IBGE denunciam ameaças e violência em entrevistas do Censo 2022

O planejamento do Censo aponta para a contratação de cerca de 183 mil recenseadores. Em torno de 160 mil já foram contratados, segundo resposta do IBGE à Folha na quarta (24). Cerca de 10 mil estão em treinamento, indicou o instituto.

Um dos desafios que o órgão enfrenta é a desistência. Em menos de um mês, 6.550 recenseadores deixaram de trabalhar na pesquisa.

O IBGE, contudo, argumenta que o nível de rescisões está dentro do previsto, sem oferecer riscos ao andamento da operação. Recenseadores também se queixam de falta de segurança para trabalhar e de ameaças de moradores em diferentes cidades.

A cada dez anos

O Censo costuma ser realizado de dez em dez anos. Trata-se do estudo mais detalhado sobre as características demográficas e socioeconômicas da população brasileira.

As informações ap0uradas servem como base para políticas públicas e podem influenciar até decisões de investimento de empresas.

A edição mais recente ocorreu em 2010. A nova pesquisa seria em 2020, mas foi adiada com as restrições provocadas pela pandemia de Covid-19.

Em 2021, o levantamento foi travado pela segunda vez. O que impediu o trabalho à época foi o corte na verba prevista pelo governo federal.

Para a realização do estudo em 2022, o IBGE conta com um orçamento de cerca de R$ 2,3 bilhões. Inicialmente, as operações da nova edição haviam sido estimadas em mais de R$ 3 bilhões.

O valor diminuiu após revisões. Em manifestações recentes, o instituto argumentou que não há necessidade de reforço no orçamento.