Por que a arma usada contra Cristina Kirchner não disparou?; veja hipóteses

Por que a arma usada contra Cristina Kirchner não disparou?; veja hipóteses

Nenhuma perícia da arma ou das munições foi apresentada às autoridades argentinas até o momento, mas informações oficiais e extraoficiais dão um cenário do que foi o ataque. De acordo com informações veiculadas pela Rádio Mitre e pelo jornal La Nación, a arma carregada pelo atirador era uma pistola semiautomática Bersa Thunder 380, de fabricação argentina. Em um pronunciamento em rede nacional, o presidente Alberto Fernández afirmou que a arma estava carregada com cinco balas.

“Cristina permanece com vida porque, por alguma razão, a arma que contava com 5 balas não disparou, apesar de ter sido engatilhada”, afirmou Fernandez na noite de quinta.

Outro possível motivo que poderia ter motivado a falha no momento do disparo seria, segundo Marques, um erro no funcionamento da arma e não da munição. “Pode ter havido uma pane na arma. Seu mecanismo não funcionou por conta da agulha ou do disparador. Ele aperta o gatilho, mais de uma vez, inclusive, e a arma não dispara”, afirmou.

Em outras palavras, alguma peça da arma pode ter sido retirada ou estava com problema.

A retirada de um componente é vista, em muitos casos, com armas de colecionadores. “Muitas vezes, colecionadores retiram o mecanismo de disparo interno da arma, porque não muda absolutamente nada esteticamente, mas ela fica fora de uso, não funciona. É preciso entender a origem dessa arma, para saber em que momento ela saiu no mercado legal e passou para o mercado ilegal, porque é possível que a pessoa que tenha feito o atentado tenha encontrado legalmente”, esclarece.

A última hipótese levantada pelo especialista seria a falta de “capacidade técnica” do atirador ao não perceber que a arma não estava pronta para uso. Em pistolas, para que as munições do carregador fiquem prontas para o disparo, é preciso engatilhar, explicou.

“Para que a primeira munição entre na câmara e fique alinhada e pronta pra receber o comando dado pelo gatilho, você precisa engatilhar. Talvez ele não conheça o funcionamento da pistola e não tenha feito isso. Ou seja, a arma estava carregada mas não estava municiada. a munições permaneceram no carregador”, disse Marques.

Esse procedimento não é visto, como no revólver, porque ocorre dentro da arma. “O equivalente ao engatilhamento da pistola em relação ao revólver é que você puxa o ferrolho dessa pistola fazendo com que ela entre num estágio que somente apertando o gatilho você vai acionar o mecanismo de disparo da arma. E se a munição estiver em boas condições, ela vai disparar”, afirma Ivan Marques.

Como o atirador já chegou apertando o gatilho, ele já deveria ter feito esse processo antes. O especialista ressalta ainda que essas ou outras hipóteses só serão confirmadas após a perícia da pistola, feita pela polícia argentina.