Justiça nega pedido de liberdade a acusados por mortes de Dom e Bruno

Justiça nega pedido de liberdade a acusados por mortes de Dom e Bruno

O advogado também solicitou que a federalização do caso fosse desfeita e que, portanto, ele fosse transferido para a Justiça estadual, porque o crime teria sido cometido fora de uma área de proteção ambiental ou indígena.

O juiz federal Fabiano Verli, negou a soltura dos três acusados, manteve a prisão preventiva e justificou não ver “qualquer ilegalidade ou mudança relevante do estado de coisas que implique a cessação desta medida cautelar”. Sobre o pedido para reversão da federalização do caso, o magistrado pediu a opinião do Ministério Público.

O caso que ganhou repercussão mundial e as investigações e processos judiciais continuam. Semana passada, o acusado de ser o mandante do crime, Rubens Villar Pereira, o “Colômbia”, pagou fiança e vai responder pelo crime em liberdade.

Relembra o caso

Dom Phillips era correspondente do jornal The Guardian. Britânico, ele veio para o Brasil em 2007 e viajava frequentemente para a Amazônia para relatar a crise ambiental e suas consequências para as comunidades indígenas e suas terras.

O jornalista conheceu Bruno Araújo em 2018, durante uma reportagem. A dupla fazia parte de uma expedição de 17 dias pela Terra Indígena Vale do Javari, uma das maiores concentrações de indígenas isolados do mundo. O interesse em comum aproximou a dupla.

Bruno, servidor licenciado da Funai (Fundação Nacional do Índio), era conhecido como um defensor dos povos indígenas e atuante na fiscalização de invasores, como garimpeiros, pescadores e madeireiros.

Uma perícia da Polícia Federal revelou que Dom Phillips e Bruno Pereira foram mortos com tiros disparados por armas de caça. O indigenista foi atingido por três disparos, enquanto Dom foi assassinado com um tiro.

Até o momento, três pessoas foram presas suspeitos de participação no crime: Amarildo Oliveira, conhecido como Pelado, o irmão dele, Oseney Oliveira, o “Dos Santos”, e Jefferson da Silva Lima, o Pelado da Dinha. No total, a PF aponta oito pessoas como suspeitas de participação no caso.

“Colômbia” é apontado como o mandante do crime. Apesar do apelido, o suspeito é peruano e, segundo a polícia, comandava um esquema de compra de pescados ilegais, para lavar dinheiro e transportar droga produzida no Peru e Colômbia.